Se ligue: não seja um líder!

Lí­deres de sucesso precisam reconhecer que o seu papel é muito mais do que ser um especialista. Liderar requer aprendizado contí­nuo e equilí­brio entre conhecimento especializado e generalizado.

A frase acima é o subtí­tulo – traduzido por mim ”  do artigo escrito pelo Eric McNulty no portal da revista de negócios strategy+business.

Recomendo a leitura do texto no hyperlink abaixo (e de forma regular, se você tropeça no inglês, use sempre o Google Translator enfiando nele a URL inteira):

Don’t be a “leader”

Escrevi diversas vezes sobre o sofrimento de gestores nesse fervor desesperado por ser um “lí­der”.

Os fornecedores de literatura e cursos não ficam inertes a essa demanda (ou provavelmente eles próprios é que a promovem). Nomeiam livros e cursos com a palavra “Liderança” ainda que o conteúdo seja sobre gestão ou algo parecido.

“Liderança Financeira” é uma expressão que me espantou há alguns dias.

OK, vamos adiante que atrás vem gente. Pelo menos no metrô de São Paulo isso é uma certeza tal como a morte e impostos.

Liderança como um fim em si mesmo

O que Eric escreve é que as pessoas buscam se especializar como lí­deres. Isso virou uma meta, um ponto final que desejam alcançar. Fazendo troça, ele comenta que virou mais uma “medalha” a inserir no peito ou registro em seus currí­culos profissionais.

A questão é que liderança não é propriamente uma especialidade que os gestores desesperadamente almejam se capacitar.

A importância central da liderança é dotar-se de uma mentalidade e um conjunto de habilidades de um…

Generalista! Pois é, generalista.

O sujeito precisa compreender o componente humano da vida organizacional e isso vai além de dominar o ERP que presta suporte ou a configuração exata dos servidores que mantém nos clientes.

Seguindo o discurso do Eric, administração é uma coisa do presente. Liderança, do futuro. Esse último engloba questões como incertezas e ambiguidades. Afinal, estamos numa economia do conhecimento que prestigia a inovação e agilidade.

Pobres daqueles que investiram um milhão de reais comprando uma placa de táxi no aeroporto de Congonhas. Hoje não vale quase nada com a ebulição dos aplicativos de transportes privados.

E o que tem a ver inovação e agilidade com um generalista?

Por que ser um generalista?

E onde está a vantagem do generalista sobre o especialista?

Ser dotado de vários domí­nios do conhecimento humano (mas sem exagero, não vamos viajar muito, a questão toda é não pensar exclusivamente em bits e bytes) permite distinguir essas mudanças ou, pelo menos, padrões que envolvem a organização, os clientes, os colaboradores, os investidores etc.

Aliás, estou a criar o curso SELEÇÃO DE COLABORADORES do 4HD.SPACE.

Minha esposa tem feito cortes e mais cortes nos ví­deos devido ao “politicamente correto”.

Existem a realidade, mas não posso abordá-la diretamente sob pena de sofrer processo ou sei lá o quê.

Sortudo o sujeito que tem a boca sem tramelas poder contar com um superego externo para se adaptar ao mundo atual.

OK, abandonando essa confissão, retornemos ao importante.

Metáforas

Atender clientes (ou usuários) é uma tarefa que exige certo grau de generalização.

Porque se tivermos apenas uma lente – viés técnico – para enxergar a situação (“para quem só tem martelo, todo problema é um prego”), a solução pode ser desesperadora ou promover conflitos de forma adoidada.

Metáforas – recomendo ler alguma obra de Lakoff – do tipo “ele tem uma vontade de ferro” ajudam, muitas vezes, a explicar algo de forma muito mais fácil do que o esclarecimento técnico.

O ex-presidente Lula era bom nisso, pois habitualmente fazia metáforas com futebol.

Ter muitos interesses distintos permite construir metáforas que exemplificam as soluções ao fazer conexões entre domí­nios de conhecimento distintos (ualá, que frase chique!!!).

Como explicar a um usuário leigo em TI que num crash do seu servidor sem backup ele perdeu tudo? Só com metáfora! E olhe lá.

Aliás, quando você fala sobre “menu de opções” isso remete obviamente aos menus de restaurantes, figuras que o usuário tem intimidade e compreende o uso.

E se você fosse inglês compreenderia muito bem que browse significa, de forma figurada, folhear ou passar os olhos sobre as páginas de um livro. No caso da internet, o livro seria um website. O browser, portanto, é o que folheia ou visualiza as páginas www. Fala sério, nunca se deu conta disso, hein?

É claro, tem momentos em que precisamos de um especialista.

Se vou operar os olhos, quero um sujeito que domine o assunto. Porém, para ser o diretor de um hospital, o melhor é um generalista. Ele compreende os vários fatores de um ambiente complexo, cheio de pessoas e mudanças na sociedade.

E faço o quê, Cohen?

Sugestões do Eric para se tornar um gerente ou “lí­der” melhor:

  1. Explore domí­nios onde “não há resposta certa”, como as artes e as humanidades. Você aprende a analisar e tomar decisões em meio à ambiguidade. Estude pintura japonesa, história do samba, música, piscicultura de aquário, culinária asteca, idioma Mandarim, tricô, sei lá.
  2. Incorpore atividades de expansão da mente e indutoras de curiosidade. Podem ser exercí­cios de pensamento visual ou palestras (TED?) com pensadores provocativos em campos como antropologia ou música que aparentemente não estão relacionados com o “trabalho do dia”. Dê uma examinada esse artigo: Filosofia pode ser profissão do futuro, diz autor do best-seller ‘Sapiens’.
  3. A próxima vez que trabalhar no processo de seleção de colaboradores, procure um artista, poeta ou filósofo com os conhecimentos e experiência necessários para o cargo. Mesmo que não o contrate, ela desafiará seu pensamento (e o do recrutador) e expandirá sua definição do que é possí­vel.

Agosto tem curso e Gestão de Serviços

A economia piora. A economia melhora.

Em quaisquer das situações acima, é preciso ter um gestor de suporte melhor.

Se melhora, a empresa terá mais negócios, mais tecnologia envolvida, mais chances de problemas.

Se piora, é preciso aumentar a produtividade, tanto no cliente quanto na empresa. E no centro de suporte.

Daí­ que inscreva logo seu gestor de suporte no meu curso antes que acabem as vagas.

São só 9 vagas, ao contrário de empresas no mercado que permitem em seus cursos um ginásio lotado de alunos.

Siga o link www.4hd.com.br/calendario

Dias 28, 29 e 30 de agosto em Sampa

See you, brother and sister.

EL CO

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