Instalei matinset, raid, baygon e tudo o mais na minha caixa de entrada.
Explico.
Nos últimos tempos pesquisei alguns conteúdos na internet.
Pra acessar os e-books (outra praga do mundo moderno que comentarei noutra hora) era necessário preencher um formulário. Nada contra, exceto a…
A automação do funil de compras
Funil de compras é o processo em que indivíduos passeando por um site sem maiores intenções, fisgados por curiosidade em uma rede social ou sabe-se lá, preenchem um formulário.
Ou telefonam pedindo maiores detalhes.
(gritos na plateia: se fudeu, se fudeu!)
Estas pessoas podem se tornar interessadas no produto ou serviço.
Em dado momento, podem considerar a solução, terem sérias intenções e até chegarem ao ponto de avaliá-la com reais chances de contratação.
E finalmente contratarem.
É um funil por que as quantidades vão se reduzindo. Muita gente passeia pelo site, uma quantidade menor delas preenche o formulário e assim por diante.
Bem, hoje existem plataformas para automatizar tudo isso.
Mandar e-mail em diversas etapas e com diferentes conteúdo para convidá-lo a analisar, a fisgá-lo, a empurrá-lo a transformar o amanhã em hoje – no sentido da experimentação do produto ou até a contratação.
Tudo isso habitualmente disfarçado para promover um envolvimento mais “pessoal” via e-mails e impedir a sensação de mais um spam.
Como se alguém tivesse escrito o e-mail exclusivamente para você, chamando-o pelo nome e coisa e tal.
Nada de imagens; apenas um texto simples dizendo: “í” Roberto, seguinte…”.
Por que isso se tornou uma praga?
Por que falta sensibilidade aos usuários destas plataformas.
Só por que são baratas e o comercial vendeu bem o peixe, não significa que se possa dispensar planejamento e raciocínio.
Sim, a plataforma disse que “Fulano de tal, empresa de uma única pessoa, obteve resultados impressionantes em apenas uma semana de trabalho conosco” e assim por diante.
Não dá pra seguir o “on the book” e bombardear os interessados de forma massacrante.
PQP!
Cérebro de minhoca (não você, meu leitor, mas o usuário que recém contratou a plataforma), vá refletir se isso não é um pontinho fora da curva ou se o sujeito não se planejou durante algum tempo para tal.
Eu tenho recebido dezenas de follow-ups (acompanhamentos) idiotas.
Gostaria de usar alguma expressão mais contundente, mas para minha esposa essa – idiota ” é palavra proibida em casa e atinge o máximo na categoria “ofensa”. Psicólogas, sic.
As plataformas gaguejam. Enviam-me a mesma mensagem diversas vezes na semana. Dão mais voltas do que porca em parafuso. Talvez esperando me pegar de bom grado (ou distraído) de tal forma que eu clique no botão que me leve a comprar.
Ou talvez a chuva de e-mails na minha direção seja tão incrivelmente barata que não custa nada enviar novamente. Quem sabe o Cohen não clica numa dessas?
Recordo de um programa do Monty Python do Flying Circus em que é possível entender o que fazem conosco:
Aliás, Monty Python era um grupo inglês de humor no-sense (talvez muito do que eles expressem não faça sentido nos dias de hoje por que estamos a 40 anos de distância temporal deles), porém…
Eles estão no Netflix.
Se gosta de humor e tem estômago bruto, assista.
Duas pérolas
Recebi dois e-mails na semana passada. Veja como se iniciam:
PRIMEIRO
– O que achou do e-mail acima?
Hein?! Como assim, e-mail acima?
SEGUNDO
– Você não comprou o produto que lhe indiquei ontem, mas vou prorrogar só pra você…
Hahahaha, só pra mim? Fala sério, que coisa tola e quase ofensiva.
A chatice do chato é ele não saber como ele é chato!
Diachos
O problema nunca foi o que fazem com a bíblia ou a faca, mas como as utilizam.
Dados os itens citados na frase anterior, grassam as maiores desgraças na humanidade e creio que as plataformas de “Sale Funnel” seguem pelo mesmo caminho, por isso…
Amanhã viajo para São Paulo a fim de ministrar o curso GESTÃO DE SERVIÇOS PARA HELP DESK E SERVICE DESK e lerei com avidez o livro Unsubscribe: How to Kill Email Anxiety, Avoid Distractions, and Get Real Work Done.
Rezo encontrar uma solução para vocês a respeito disso.
Não será fácil, imagino. Mas quem não arrisca, não petisca.
Finalizando o desabafo (e a indireta pra quem usa isso)
Não tem propaganda no final desse artigo, hehehe.
Vou a Londres ver os progressos na reforma do o Big Ben e na volta, em julho, conversaremos (sobre cursos).
🙂
EL CO
Muito obrigado, pelos seus artigos Sr.Cohen.
Poxa, somente em Julho? 🙁
Deixa um novo livro ou curso aà pra nós hehe
Abração 🙂
🙂
Valeu, Bruno.
Hehehe.
EL CO