Estou borboleteando pela WEB, assim de flor em flor, quando me deparo com essa notícia de 02 de outubro.
Meus olhos se espremem de curiosidade e, voilà, como qualquer curioso, clico no hyperlink e vou atrás…
ServiceNow just bought a design firm because even enterprise apps have to look pretty
Pra quem não manja ou está com preguiça de pensar na tradução, vai ela:
ServiceNow acabou de comprar uma empresa de design por que até mesmo aplicações corporativas precisam apresentar-se melhor
Hummmm…
Essa é uma situação curiosa.
Geralmente assistimos a um canibalismo corporativo – quase sempre da maior para a menor – onde empresas compram concorrentes ou empresas suplementares que lhes agreguem algum tipo de inovação ou funcionalidade que não detinham.
Mas quase sempre sob a ótica técnica.
E a agora a ServiceNow comprou uma empresa de design para aperfeiçoar seu próprio aplicativo.
Eps, ops, quem é ServiceNow?
Sorry por ir atropelando…
ServiceNow é uma empresa fundada em 2014 por um sujeito que trabalhou na Peregrine e na Remedy.
Na época, grandes players da área de aplicativos de registro de chamados (feio dizer assim, mas era mesmo) e gerenciamento de TI. Daí que desenvolveu um produto concorrente.
E como veio de empresas topo de linha, fez um produto também topo de linha.
Hoje o mote de capa do site é:
Substitua os padrões desestruturados do passado por fluxos inteligentes do futuro. Melhore níveis de serviço, motive funcionários e mude a forma de trabalho da sua empresa. Trabalhe na velocidade da luz.
“Fluxos inteligentes do futuro” eu achei engraçado, hehe. Por que se eu consigo aplicá-los hoje com a plataforma ServiceNow, eles já não seriam mais do futuro, hehehe. Mas dá assunto pra muito churrasco e cerveja, se é o que o Maurício me entende.
Voltando à fria vaca
A ServiceNow comprar uma empresa de design me é duplamente estranho: primeiro por comprar uma empresa de design. Segundo por não ter uma equipe, interna ou externa, que realizasse esse tipo de atividade com competência.
Isso produz uma certa incredulidade na minha mente.
E incertezas: o time atual era ruim a tal ponto que foi necessário comprar uma empresa para resolver a questão? Será mais fácil absorver uma empresa do que criar uma diretoria para isso? Tem tanto serviço pendente que foi necessário adquirir uma empresa?
Explicando
Quero destacar que design não se restringe aos coloridos, posicionamento de campos na tela e sombreado de conjuntos.
Vai além.
É aquela facilidade de uso que encontramos em aplicativos de smartphones e tablets.
Mas quando vamos para o trabalho, dá-se aquela brochada. Somos obrigados a utilizar softwares que têm a aparência de Windows 3.11 e nos obrigam a fazer várias coisas para realizar uma única tarefa!!
Aliás, põe nesse balaio de design as expressões como experiência do cliente, design thinking, customer success, etc.
Ou seja, tornar as coisas mais fáceis.
Como meu genro explicou: esse mês, ao comprar um celular na loja da Apple de Miami, escolheu com o vendedor o modelo, esse clicou no seu iPhone, um menino apareceu sabe-se lá de onde com a caixinha e o próprio vendedor cobrou, dispensando meu genro de entrar em fila, pegar o “pacote” noutro balcão e assim por diante.
“Tornar as coisas mais fáceis para o cliente ou usuário” é um território que abrange todos os modismos e anglicismos atuais tão bem palatáveis no meio corporativo e que tornam mais ilustres aqueles que têm tal expressão em seu cartão de visitas.
Fudeu, vou levar pau, mas é o que vejo daqui do CU do mundo onde moro.
Esclarecendo: CU é Centro do Universo – perdão pelo meu egocentrismo.
Foi uma piada! É véspera de feriado, vale.
Vai, abre um sorriso aí.
Please…
Cabe destacar que quando as coisas não são fáceis, é notório e sabido que as áreas de TI perdem o controle.
Os usuários saem a catar suas próprias soluções – hoje é fácil Googlar e encontrar várias, algumas até que não é necessário pagar – para CRM, ERP e várias outras menores e complementares (controle disso, daquilo, etc.).
Salutar a decisão da ServiceNow? Pois claro que é.
Desmantelar a arrogância dos desenvolvedores – eu fui um, sei da nossa natural soberba, tão pegajosa que serve como forma de proteção – e recuperá-los de seu autismo tecnológico é benéfico para eles (leia o artigo Cheio da prepotência, se ferrou… funcionário do TCE roda script e danifica dados!).
Claro, faíscas e conflitos surgem, mas o resultado é melhor. Ao menos para o cliente.
Como disse Chuck Longanecker (fundador da Telepathy, a empresa de design comprada):
Queremos usar o Método de Design da Telepathy e disseminar a cultura de design numa empresa de 6.000 pessoas para impactar 25 milhões de usuários. Todo o nosso kit de ferramentas para projetar experiências será colocado em ação para impactar a maneira como a ServiceNow trabalha, pesquisar e projetar a UX (Experiência do Usuário) para tornar o produto todo mais intuitivo e planejar as futuras interações do produto.
OK, let’s see.
Quem não quiser comprar uma empresa, experimente os serviços da Hypervisual.
Eu já usei no passado e gostei bastante.
Beijos a todos,
EL CO