Pesquisa é um negócio complicado.
Quase beirando ao ridículo.
Esta semana recebi notícias de duas pesquisas. As duas muito questionáveis e cuja utilidade, no máximo, é usá-las para amparar ideias próprias (viés de confirmação).
Leia essa:
Chatbots vão dominar plataformas de atendimento ao cliente em cinco anos, diz Gartner
Ou essa:
Pesquisa indica que chat ao vivo é nova tendência para o atendimento ao consumidor
Ué…
Afinal, é chatbot ou chat ao vivo?
Refletindo a respeito
O que temos são duas pesquisas, cada uma puxando a brasa para o seu assado.
Quem não entende a origem da expressão, nunca assou uma carne em churrasqueira coletiva – prédio ou parque. Você pisca o olho, o vizinho puxa o carvão incandescente mais pro lado dele.
Mas claro, as coisas podem piorar:
É quando você examina a população pesquisada, PQP!!!
Uma foi com 50 pessoas (e dessas, só 54%, ou seja, 27 concorda com a ideia).
Outra com 400, mas nem diz se são da mesma empresa.
Vamos supor que 200 técnicos de uma central de atendimento estão p* da vida em ficar atendendo ao telefone e preferem que seja via chat… Teremos 200 votos (quase metade da pesquisa) a favor de chat ao vivo e não mais ao telefone, haha.
Duas sugestões em se tratando de pesquisas para você investigar:
- A população pesquisada (tamanho, perfil etc.)
- Se é encomendada por um fornecedor (em épocas de eleição polarizada aqui no Brazil você sabe bem o que isso significa)
Para ficar mais esperto(a) com estatísticas, leia esse clássico:
Como mentir com estatística de Derrel Huff (ele não está sugerindo que você minta, mas que fique atento às armadilhas).
Abrazon
EL CO
PS: se eu fizer uma pesquisa em casa com minhas mulheres (psicólogas e psiquiatra), tenho certeza que votarão pelo atendimento presencial de minha parte em vez de telefone quando dá problema na tecnologia que usam, huahua.
Aliás, pra iso não precisa de estatística: só velho escreve “huahuahua”, rs.