Handover ou Entrega? Sócrates desmistifica estrangeirismos e salva o gestor do abismo do jargão

Dia desses li um artigo com título interessante para centros de suporte técnico.

No entanto, percebi que o texto estava repleto de expressões estrangeiras ou, como se diz, estrangeirismo.

Estrangeirismo, segundo o dicionário Houaiss, significa palavra ou expressão estrangeira us. num texto em vernáculo, tomada como tal e não incorporada ao léxico da língua receptora.

Qual o desafio de um texto assim?

  • Compromete a clareza do texto.
  • Dificulta a compreensão do leitor que não está familiarizado com essas expressões.

É natural que o autor, acostumado ao uso dessas expressões — seja por influência do ambiente de trabalho ou pelo contato diário com outros idiomas — não perceba esse impacto. Afinal, como dizem, um peixe dentro d’água não nota a água ao seu redor.

Mas ao escrever para um público mais amplo, é importante pensar no leitor.

Ajustar a linguagem para tornar a mensagem mais acessível torna a comunicação mais eficiente e inclusiva.

Sócrates

“A Escola de Atenas” do pintor renascentista italiano Rafael

Muita gente diz que a Filosofia começou com Sócrates, o primeiro a questionar de forma profunda os comportamentos humanos, como ética e moral.

Sócrates era, digamos, insistente. Vulgo chato.

A fera abordava pessoas na rua e colava. E iniciava diálogos longos, conversando até perceberem que suas certezas nem sempre tinham uma base sólida.

Eu me daria bem com ele, pois sou um adepto do quesito “Sei que nada sei”.

Yeah, apesar de ter escrito 6 livros e dedicado cinco vezes mais tempo em pesquisas, percebo que o conhecimento é vasto demais para uma única resposta definitiva sobre o sucesso.

O máximo que posso fazer é compartilhar ideias.

Cada um decide o que absorver e o que deixar de lado.

O estilo de Sócrates: a dialética (arte do diálogo) maiêutica (palavra que vem do grego “partejar”), um método que faz as respostas “nascerem” da própria pessoa — e que foi inspirado na profissão de sua mãe, que era parteira.

Diálogo

E então, imagine Sócrates em um bate-papo com o gestor que escreveu um texto repleto de siglas e códigos quase indecifráveis.

O detalhe curioso? Quem gerou o texto, para meu entretenimento e ócio, foi o ChatGPT — com algumas pequenas correções minhas.

Isso me faz pensar:

Estou atrofiando meu cérebro ao repassar essa responsabilidade para a IA generativa?

Ou, pelo contrário, estou refinando minha habilidade de criar prompts cada vez mais eficazes?

Eis o bate-papo, para sua diversão. E aprendizado.

  • Sócrates: Caro amigo, falas em produtividade e qualidade, mas observo teu texto cheio de termos estrangeiros. Podes me explicar o porquê disso?
  • Autor: Essas expressões são amplamente usadas no mercado, ajudam na comunicação ágil, Sócrates.
  • Sócrates: Entendo. E supões que, por serem estrangeiras, essas palavras se tornam mais claras para teus leitores?
  • Autor: Não exatamente mais claras, talvez mais técnicas e alinhadas à linguagem empresarial atual.
  • Sócrates: Mas qual o teu real objetivo ao escrever? Impressionar com termos modernos ou transmitir claramente tuas ideias ao leitor?
  • Autor: Certamente transmitir minhas ideias com clareza, pois desejo ser compreendido por todos.
  • Sócrates: Então, não percebes que tais termos podem gerar justamente o contrário? Que, ao invés de facilitar, podem afastar ou confundir o leitor menos habituado?
  • Autor: De fato, agora vejo que insistir nessas expressões pode comprometer justamente o entendimento que busco alcançar.
  • Sócrates: Observas, portanto, que simplificar a linguagem é preferível ao uso indiscriminado de expressões estrangeiras, se teu propósito é realmente comunicar com clareza.
  • Autor: Sim, Sócrates, tua reflexão me mostra claramente esse ponto. Vou reconsiderar minhas escolhas linguísticas daqui em diante.

Teoria da Comunicação

Uma linguagem simples e objetiva torna a comunicação mais clara, reduz mal-entendidos e aumenta a eficácia da mensagem.

Uma boa comunicação é mais sobre o que o outro entende do que como você escreve.

Muitas pessoas extremamente competentes no mercado podem compartilhar melhor seu conhecimento se escreverem de forma mais acessível.

Afinal, de que adianta ter insights valiosos se a mensagem se perde em complexidade?

O uso excessivo de termos técnicos, expressões estrangeiras ou estruturas complicadas cria o chamado “desconforto cognitivo” que exige um esforço mental extra do leitor e prejudica a clareza.

No pior dos cenários, isso leva ao desinteresse ou até mesmo ao abandono da leitura.

Consequências? Pense em…

  • Uma base de conhecimento inútil se cheia de jargões desconhecidos.
  • Uma newsletter que não engaja seus clientes ou usuários por que faz eles se esbodegarem (se exaurirem) em visitas ao dicionário e à internet pra compreender tudo — se tiverem tempo.
  • Um chatbot que confunde mais do que ajuda.
  • Orientações à equipe que geram interpretações divergentes.
  • Relatórios para o chefe (que pode não ser um técnico) cheios de ruídos.

A lista é longa… E evitar esses obstáculos é mais simples do que parece!

OK.

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Aprendi muito, isso é. Pesquisei muito, isso também é.

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