Realizar boas perguntas aos mecanismos de IA tendem a favorecer boas respostas.
Quando escrevo IA, subentenda-se “Inteligência Artificial”.
Isso é algo verdadeiro. Uma pergunta envolve uma série de características.
Vou dar um exemplo:
“Pode me dizer a temperatura?”
Um ser humano ao ouvir tal pergunta, consegue subentender um conjunto de contextos necessários para responder.
Sabe que é neste local onde estamos. Sabe que é hoje e não há 30 dias ou daqui a 10 anos. E uma série de considerações a mais.
Já um algoritmo precisa dessas especificações. Para que responda da melhor possível.
“Pode me dizer a temperatura neste momento, 13:00, aqui em Porto Alegre, numa região de morro a 300 metros de altitude da capital do Rio Grande do Sul, estado ao sul do Brasil?”
Há boas chances de realizando uma boa pergunta — o exemplo é didático — a resposta tenha nível e qualidade compatíveis.
Outra pergunta:
“Pode me apresentar um plano de marketing?”
“Caramba, usuário, VSF, você me dá poucas informações, eu vou lhe dar uma resposta qualquer”, deve pensar (ela não pensa — por enquanto —, mas nada como soltar a imaginação) a IA envolvida.
Como a IA pode saber se é uma academia de ginástica, um professor de inglês, uma lojinha de produtos naturais, uma construtora, uma multinacional da área siderúrgica que deseja o plano?
Profetas
Portanto, os profetas têm plena razão em exclamar que é importante saber perguntar.
Aliás, não é novidade.
Sócrates (não o jogador do Corinthians, o filósofo) dizia isso há 500 anos antes de Cristo.
Nossos profetas atuais perambulam de eventos em eventos, de empresas em empresas, e convencem a todos:
- Da importância da IA, o que é verdade.
- E da importância de realizar boas perguntas para ser bem-sucedido no manejo da ferramenta, o que também é verdade.
Mas quais perguntas não dizem para você fazer?
Porém, existem perguntas a serem feitas sobre a IA e que antecedem ao seu uso!
Essas são exemplos:
- Eu preciso de IA? Eu sei o que quero dela?!
- Onde devo usar IA no meu negócio para maximizar resultados?
- A IA pode realmente resolver problemas específicos da minha empresa?
- Quais processos na minha organização serão mais impactados positivamente pela IA?
- Tenho dados suficientes e de qualidade para implementar soluções de IA?
- Minha equipe está preparada para integrar tecnologias de IA?
- Qual o retorno sobre investimento (ROI) esperado ao adotar soluções de IA?
- Existem riscos que preciso considerar antes de implementar IA?
- Como a IA pode melhorar a experiência dos meus clientes?
- Quais são as principais dores de negócio que a IA poderia resolver?
- Estou preparado para investir em treinamento e adaptação tecnológica?
- Qual a diferença entre usar IA e manter processos atuais?
- Meus concorrentes já utilizam IA?
- A IA é adequada para o tamanho e setor do meu negócio?
- Como posso começar pequeno e escalar gradualmente minha estratégia de IA?
- Quais são os aspectos éticos e de privacidade que devo considerar ao adotar IA?
- A IA pode me ajudar a inovar e criar diferenciais competitivos no mercado?
Compreendem?
Os profetas NÃO QUEREM VOCÊ perguntando essas questões!
Na perspectiva deles, não se questiona a IA. Se adota!
E antes que alguém tenha um chilique e escreva um comentário ofensivo (até pode, não sou feito de açúcar ou manteiga), esclareço: eu uso IA pra caramba.
Mas eu sei, pra mim, onde ela pode me ajudar e onde devo confiar no meu taco e seguir sem muleta, sem auxílio. Na minha atividade.
Então, antes de comprar essa cachaça, pegue essas perguntas — as verdadeiras que você deveria realizar antes de iniciar seu uso — e pondere a respeito.
E depois estude maiêutica (Houaiss: método socrático que consiste na multiplicação de perguntas, induzindo o interlocutor na descoberta de suas próprias verdades e na conceituação geral de um objeto) para se exercitar antes de embrenhar-se no Universo IA.
Abrazon
EL CO