Shadow IT – tormento ou alívio?

Hehehe, eis algo que você não encontra nas melhores práticas, frameworks etc.:

Como lidar com as Shadow ITs.

Se você nunca se deparou com essa expressão, explico: Shadow IT significa o uso de ferramentas, aplicativos ou dispositivos de tecnologia dentro de uma empresa sem a autorização ou conhecimento do departamento de TI.

Exemplo: funcionários que instalam aplicativos de mensagens, armazenamento em nuvem ou software de produtividade para facilitar seu trabalho e que não foram aprovados oficialmente pela empresa.

Claro, atinge níveis exponenciais quando unidades remotas que possuem equipe de TI se consideram “independentes”, em termos de obediência a determinações da “TI central”. Ou são resistentes. Ou se consideram “ágeis”, haha…

Aliás, vou chamar de “TI central” já que, em realidade, existem várias TI mesmo (a oficial e outras “fantasmas”).

Corporações e grandes empresas enfrentam frequentemente tal situação.

Leia essa do Gartner:

Até 2027, 75% dos funcionários adquirirão, modificarão ou criarão tecnologia fora da visibilidade da TI – acima dos 41% em 2022.

PQP, 75%!!!

Leia em Gartner revela as oito principais previsões de segurança cibernética para 2023-2024

Origens das Shadow ITs

O que causa o surgimento — vou escrever no singular doravante — é uma resposta negativa para a questão “Nada ainda?”.

Há lentidão dos processos internos de TI em relação a pedidos de tecnologia de uma unidade de negócio. Ela precisa de agilidade e inovação e sua demanda entra numa fila de avaliação/aprovação/dimensionamento/(outras palavras chiques) da TI central.

Por outro lado, o acesso a ferramentas na nuvem, desde CRM até produtos de cobrança, colaboração, integração com Whatsapp etc. está a um clique de distância para solucionar suas necessidades.

Falta conscientização sobre as políticas de TI: “E eu lá sabia que não podia isso?!”.

Não importa.

O relevante é que a área de negócio quer resolver uma questão e a TI central se enrola em ‘trocentos procedimentos administrativos para atender (ou não) o pedido. E nem comento que a TI central está errada. Ou certa. Apenas destaco as circunstâncias mais comuns.

A questão toda é que a atitude da TI invisível gera um alívio para a área interessada, pois resolve uma demanda represada (yeah, por maior que seja a raiva gerada na TI central).

Qual o risco que ela oferece ao negócio?

Arrá… Eis uma palavra que o pessoal da área de negócio não quer pensar muito: risco. Só deseja providenciar uma solução para uma carência e cumprir metas (se existirem).

As ameaças de ações unilaterais sem coordenação podem envolver:

  1. Riscos para a segurança: exposição de dados sensíveis; vulnerabilidades não monitoradas e ausência de criptografia e controle de acesso.
  2. Riscos de conformidade: violação de regulamentações de proteção de dados (LGPD); falta de controle sobre onde os dados são armazenados.
  3. Impactos no negócio: aumento no risco de violação de dados; dificuldade de manutenção e suporte para ferramentas não sancionadas; problemas de interoperabilidade.
  4. Riscos à governança de TI: perda de controle sobre ferramentas usadas pela empresa; desalinhamento com as estratégias centrais de TI e negócios.

Tem um quinto item que acho melhor explorar em separado: Inteligência Artificial.

Riscos relacionados à Inteligência Artificial

  1. Automação maliciosa com IA: ferramentas não liberadas podem ser usadas para automatizar tarefas de forma maliciosa, como ataques ou coleta de dados não autorizada.
  2. Ferramentas de IA para engenharia social: IA pode ser usada em ferramentas de Shadow IT para criar conteúdo enganoso, como phishing inteligente e deepfakes.
  3. IA em serviços de nuvem não autorizados: IA pode ser usada em plataformas de nuvem não autorizadas, colocando dados corporativos em risco.

Reflexões

  • A TI central faz seu trabalho sério para coordenar os recursos de tecnologia de uma corporação. Mas nem sempre possui a agilidade necessária (raramente a tem, é simplesmente impossível!) e com isso facilita que pequenos furos na barragem surjam (as nossas Shadow ITs).
  • Esses tormentos podem, em certo nível, promover um alívio de agilidade e eficiência nas unidades de negócio ao resolver demandas represadas há dias ou anos pela TI central.
  • Depois de ler 20 fóruns sobre o assunto (em especial o Gartner Peers) com ambos os lados debatendo, compreendi que ambos têm seu quinhão de razão (rimei horrivelmente), haha. Sim, é paradoxal. Pior: a TI central além de coordenar as inúmeras demandas dos departamentos, ainda perde tempo “capando” iniciativas aqui e acolá. E a Shadow TI sempre buscando uma forma de burlar os controles para dar vazão às demandas internas.
  • Algumas sugestões sobre como perceber ações dela: conectividade, acesso externo, mas principalmente: seguir o dinheiro. Se tem algo sendo pago e não está no orçamento (ia escrever budget, mas não sou nojento, haha) da TI central, envolve tecnologia e não foi aprovado por ela… Bem, aí tem!

Caramba, poderia comentar bem mais sobre o assunto, mas…

Minha jefa mandou cortar a grama, lavar a roupa e outras atividades importantes para a boa administração da residência.

Vejo vocês no meu curso.

Último do ano!!!!

Atenzon: não será aprendendo as melhores práticas da *T*L, do Cobit e outros frameworks que você colocará a casa em ordem no seu centro de suporte técnico.

Eu sinto muito. Quando eu era jovem também pensava assim. Foi útil para algumas coisas, mas…

Só com minha barba branca (significa que passei por inúmeras experiências) é que consigo passar as dicas e pulos-do-gato para que consiga alcançar o sucesso.

Inscreva-se em https://www.4hd.com.br/calendario

Dias 27, 28 e 29 de novembro agora. Das 08:30-12:00 e 13:30-17:00.

Depois não me venha perguntar: “Quando tem de novo, Cohen?”.

Abrazon

EL CO

 

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