Apenas para compreenderem a analogia, estamos na “primavera da IA”. Um desabrochar. Tudo é lindo nesta estação (exceto pra quem tem asma, claro); as coisas acontecem e crescem.
Quem apresentou a concepção de que poderemos ter um inverno da IA não fui eu. Foi o professor do MIT Daron Acemoglu, autor de livros como “Por que as nações fracassam”, “Poder e Progresso”, “AI Redesign” etc.
Ele não tem bola de cristal. Mas raciocina; merece crédito.
Poderia explicar melhor, Cohen?
Li a reportagem em AI Can Only Do 5% of Jobs, Says MIT Economist Who Fears Crash.
Visitei o site após o Baguete Digital citar a matéria Inteligência Artificial é uma bolha.
O autor, Acemoglu, já avisa: não é contra a inteligência artificial. Só crê que estão exagerando no tempero, feito churrasqueiro novo que entope a carne de sal. E explica:
- O entusiasmo em torno da tecnologia alimenta um boom de investimentos e uma forte alta nas ações de tecnologia.
- Pelos seus cálculos, apenas uma pequena porcentagem de todos os empregos — meros 5% — está pronta para ser assumida pela IA na próxima década.
- Os investimentos em IA aumentaram os custos muito mais rápido do que a receita de empresas como Microsoft e Amazon.
Obviamente, você lerá em toda moita da internet — basta chutá-la — que os fornecedores argumentam que a IA permitirá:
- A automatização de grande parte das tarefas de trabalho.
- Uma nova era de avanços médicos e científicos brote à medida que a tecnologia continua melhorando.
- Complete com tudo que você lê no Linkedin, UOL, seu jornal preferido, Instagram, Tiktok, palestras, e-mail de fornecedor etc.
A hype (igual à que tivemos com ITIL) ao redor do tema é enorme.
Três cenários desenhados por ele para os próximos anos:
- Primeiro: redução gradual do entusiasmo e uma espécie de consolidação dos investimentos em usos “modestos” da tecnologia.
- O segundo: persiste o alvoroço por um ano ou mais. Ocorrem quedas nas ações de tecnologia, o que deixa investidores, executivos e estudiosos desiludidos. Refere-se a esse momento como “Primavera da IA seguida de inverno da IA”.
- Terceiro: segue a extravagância não controlada e traz consequências como cortes de dezenas de empregos e empresas investindo bilhões de dólares em IA sem entenderem o que fazer com isso.
Ele acha que o futuro envolve os cenários 2 e 3.
Se você perceber, todos os players de suites estão enfiando IA nelas de qualquer jeito (sou bombardeado todo o dia pelo Google: contrate o Gemini para usar integrado ao gmail, drive, calendar, docs, sheets etc.).
Frases finais do artigo do homem:
Os grandes modelos de linguagem de hoje, como o ChatGPT da OpenAI, são impressionantes em muitos aspectos. Então, por que eles não podem substituir os humanos, ou pelo menos ajudá-los mais, em muitos empregos? Ele aponta para problemas de confiabilidade e uma falta de sabedoria ou julgamento em nível humano, o que tornará improvável que as pessoas terceirizem muitos empregos de colarinho branco para a IA tão cedo. Nem a IA será capaz de automatizar o trabalho físico, como construção ou zeladoria, diz ele.
“Você precisa de informações altamente confiáveis ??ou da capacidade desses modelos de implementar fielmente certas etapas que os trabalhadores faziam antes”, ele disse. “Eles podem fazer isso em alguns lugares com alguma supervisão humana” — como codificação — “mas na maioria dos lugares eles não podem.”
Resumo
- Ele não é contra IA. Prossiga com seus investimentos.
- Não exagere. Não é tudo isso (a curto prazo).
- Fornecedores estão enchendo os bolsos com a euforia de cash entrando sob forma de investimento.
- A médio e longo prazo, decepção pelo baixo retorno.
- Afinal, IA não coloca tijolo ainda, nem corrige postura como professor da academia (os bons, claro, por que os ruins até programa em Basic é melhor).
Sudae, nos vemos.
EL CO
Ah, pois é…
Isso parece mesmo fazer sentido.
Poizentão…
O problema é que muita gente está no “vai ou vai”, hehehe…
Aí fica difícil.
Abrazon, Cesar!!!