Uma pequena empresa de tecnologia faz suporte em ondas até morrer na praia

A empresa pequena de tecnologia tem em seu dono uma liderança ditadora.

E precisa ser assim.

As decisões, que muitas vezes são vitais em início de firma, precisam ser céleres e não resultado de um comitê que fará um levantamento de 5.000 tópicos. E cuja decisão final ficará para o ano que vem.

Não pode ser assim no começo. Precisa ser “pegar ou largar”. E assumir o erro ou a glória pelo julgamento tomado.

Porém, isso gera um problema… Catastrófico.

Suporte em ondas

O dono, inicialmente o faz-tudo inclusive comercial da empresa, consegue uma venda grande com seu poder de sedução sobre o cliente. Sedução legítima ao demonstrar sua competência na área que atende às necessidades do interessado.

Quando retorna para a empresa, promove um verdadeiro tsunami para monopolizar a atenção do time para o novo cliente.

Mesmo ignorando conceitos como onboarding, sabe que o freguês de seus serviços só permanecerá na carteira se conseguirem entregar o combinado.

E aí mora o perigo…

Outros clientes ficam abandonados para que o suporte técnico se mobiliza integralmente ao novo cliente ingressante.

O backlog e a confusão aumentam.

O novo cliente drena as energias.

E o suporte técnico abandona iniciativas saudáveis como organizar:

  • a administração de pesquisa de satisfação
  • o catálogo de serviços
  • a base de conhecimento
  • as métricas e indicadores de desempenho
  • o/a…

E então, após alguns meses, quando tudo parece se tranquilizar, o que acontece?

O dono vai lá e consegue outro clientão. Ergue-se uma nova onda.

Todos exclamam: “PQP!!!”

E o ciclo recomeça.

E a insatisfação dos clientes relegados a segundo plano aumenta.

Soluções rápidas

O dono não quer perder os clientes duramente conquistados e busca soluções rápidas:

  • Um software melhor de gerenciamento de chamados
  • Um consultor com uma varinha mágica
  • Um treinamento de meio turno para o suporte técnico
  • Um curso – para ele – no exterior

E obviamente estas deliberações não rendem o resultado esperado.

Não no tempo desejado que é “o momento imediato”, pois todos na empresa já sabem que o desgosto naquele megacliente antigo está a nível presencial.

É impossível segurá-lo na carteira. O que influencia o faturamento e possível consequência na quantidade de técnicos no suporte.

Que se vê, diante de um orçamento mixuruca, a contratar pessoas com baixa competência (pouca experiência profissional; indolência; desinteresse; grosseria; outros interesses etc.).

Toda situação promove uma demanda por novos grandes clientes.

O Mito de Sísifo

Percebeu?

É o Mito de Sísifo (o da mitologia grega, mas também vale o de Albert Camus), condenado a empurrar a pedra montanha acima e nunca alcançar seu objetivo.

Credo… Que quadro apocalíptico, Cohen!

É ou não é assim?!

Quintou (tem isso?)

Quase sexta-feira!

E primeiro dia do ano de 5.785.

Dica para uma solução do paradoxo apontado: cada escolha, uma renúncia.

E não falei nada sobre o “morrer na praia” do título do artigo para sermos positivos neste novo ano.

EL CO

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