Esses dias fui a uma festa de formatura.
Lugar chique, bonito, bom ar condicionado — no verão de Porto Alegre é exigência máxima — e muita gente alegre e elegante.
Na hora da dança é que surgiram as surpresas.
Estranheza na pista de dança
Lá vou eu, sempre pioneiro na arte de invadir a pista. Mas tenho notado umas coisas meio estranhas:
- Muita gente no meio da pista de dança conversando com bebidas na mão. PQP, não vai dançar, fica na mesa. Mas ainda assim, vir com copos de vidro onde todos tentam desenferrujar as articulações é um risco magnífico de gente se machucar.
- O fotógrafo afastando, a todo momento, as pessoas que desejam dançar, para registrar as cenas dos grupos (bebendo) na pista de dança. Eu acho um absurdo, porque a ideia da festa é alegria e não para conseguir aquela foto épica que, no fim das contas, vai acabar perdida no fundo de uma gaveta ou numa pasta esquecida do computador. No fim, o que resta são memórias borradas, tão fugazes quanto a alegria de quem encontra R$ 5 no bolso da calça.
Virou lugar-comum as duas situações acima. E a pista de dança tornou-se ponto de encontro e não mais “dança”.
Estamos sustentando marajás
Acho que magistrado tem que ganhar bem. Para não ser venal. Ou seja, subornável. Ninguém quer isso. Todo mundo quer justiça.
Olha a notícia do jornal O Sul.
Mas um desembargador receber R$ 856 mil num único mês é uma ofensa a todo mundo, desde o trabalhador que não tem emprego até empresário que tem milhares de vidas dependendo de suas decisões (e que sempre envolvem risco, ao contrário do magistrado) e não ganha tanto assim.
A sua colega desembargadora Maria de Nazaré Saavedra Guimarães recebeu R$ 621 mil líquidos em novembro, (do total, R$ 595 mil transferidos sob a justificativa de “pagamentos retroativos”).
Pode elencar as inúmeras explicações para o sucedido (acúmulo de funções, retroativo julgado na “justiça”, penduricalhos dos mais diversos tipos etc.). Mas não é adequado num país como o Brasil.
Mas a estranheza maior é essa notícia virar algo banal, pois estamos nos acostumando com estes absurdos, onde nossos impostos não vão para melhoria da saúde, educação, estradas e tal, mas para o bolso de, entre outros que também se beneficiam, magistrados.
Ah, A Revolta de Atlas está no ar.
Ou pelo menos, na minha cabeça. Tá duro aceitar isso.
Abs
EL CO
Tá coberto de razão, El Co!
O que é justo, nem sempre é certo.
E o que é errado, ora vejam, é feito justamente na… “Justiça”.
Alérgicos: contém sarcasmo.
Bah, Cesar…
Mordo-me de raiva ao ver as explicações no notícia que “são direitos eventuais dos magistrados”. Sem contar 2 meses de férias, ajuda-moradia, ajuda-mudança, ajuda-pega-mais e assim por diante.
E assim tocamos a vida.
Falta um motosserra no Brazil.
EL CO