IA no Service Desk: ou você abraça ou compra cova no cemitério!

Subtítulo: confissões de um mestre sobre Inteligência Artificial.

Os últimos tempos me deixaram ressabiados com essa tecnologia.

Algumas leituras influenciaram meus pensamentos: haverá muito desemprego relacionado ao uso dela. Meu cérebro social rejeitou o conceito e lutou o máximo que pode com isso. Mas…

Tal comportamento contrariava meus conceitos primordiais. Em especial minha formação em Engenharia, a qual sempre busca otimizar e facilitar a vida humana, seja no contexto que for.

SIAL

Em 1988 fundei uma empresa chamada SIAL.

O que ninguém sabe: trata-se de uma abreviatura de Sistemas de Inteligência Artificial Ltda.

Na época, em paralelo, auxiliava a Corregedoria-Geral do Tribunal de Justiça RS a facilitar (e fiscalizar) a vida dos juízes.

É notória a sobrecarga de processos que encalham na Justiça, fazendo com que interessados vejam as decisões surgirem muitos anos depois de iniciado o processo.

Um insight do sempre visionário (e hoje falecido) desemb. Cristóvão Daiello Moreira percebeu que há 40 anos atrás, poderia criar um sistema de inteligência artificial.

Ele sugeriria aos juízes sentenças sobre ações de despejo (um devedor de aluguel segue morando e onera o proprietário com condomínio e tributos, além de minguar sua fonte de renda).

À época, o projeto não evoluiu.

Por vários motivos:

  • Medo dos principais interessados (os juízes).
  • Falta de patrocínio.
  • Mas principalmente por que a tecnologia disponível da época era incapaz de produzir os resultados desejados.

Inexistia banda larga, dados conectados e em profusão como agora, as linguagens de programação não eram poderosas (na época se usava embrionário LISP) etc.

Empolgado, arrisquei uma projeção para 2020 junto ao meu guru: analistas de atendimento não existiriam mais em 2020. Errei.

Mas não por muito, pois em 2023 o ChatGPT e seus primos respondem questões de forma razoável (ainda não são precisos, mas como diz meu guru, trata-se de um algoritmo que se ajusta conforme uso — e outros detalhes que não convém explorar).

O fato

Chegou. Não é mais promessa.

Gerará desemprego? Provavelmente.

Promoverá empregos? Sim, novos empregos.

Não na mesma quantidade — até por que os atuais exigem pouca qualificação, basta olhar a inundação de estagiários e entrantes em TI nos centros de suporte técnico.

Os profissionais dedicados ao atendimento se realocarão em novas atividades para a IA, com a IA e fora da IA.

O mais importante é que ela já é útil em atividades pontuais.

Vejam a quantidade de aplicações que existem com acesso ao consumidor final, mero navegante na internet:

UM

fliki.ai – cria vídeos a partir de textos permitindo seleção de tipos de vozes, posição de legendas e muito mais. Assista ao vídeo demonstrativo. Não é à toa que artistas e roteiristas de Hollywood andam assustados e com as barbas de molho.

DOIS

kreado.ai– esse daqui recebe o texto, você escolhe o modelo da pessoa que o fale, roupa e tudo o mais. Como se fosse um “cliente” dando uma declaração de seu produto/serviço, imaginou? Dá uma espiada nos vídeos produzidos clicando em “kreações”.

TRÊS

Aizzy.ai  – aponte um vídeo, PDF, site ou algo assim e comece a fazer perguntas a respeito deles. Ela ainda pode se apresentar através de um avatar. Imagine passar a ela um livro todo em PDF ou… A sua base de conhecimento!!!

QUATRO

Luma – entregue uma foto sua (ou de qualquer outro personagem) e transforme-a dentro de um ambiente em 3D. Assista ao vídeo.

Se trabalha no ramo de entretenimento

Bem, o que acontece: se você trabalha na área artística pode se lamentar de como será substituído pela IA.

Ou…

Pode saltar na frente de seus colegas e passar a usá-la para catapultar suas entregas aos clientes, levando sua produtividade aos céus enquanto eles, clientes, ainda não descobrem essas ferramentas e passem a usá-las por conta própria. O que seria um desperdício de tempo, convenhamos, pois precisam se concentrar no próprio negócio.

E no suporte?

Caramba, pipocam a todo momento notícias sobre uso da IA.

Ainda estamos numa fase embrionária de substituição dos técnicos de Nível 1 por ferramentas dessa variedade. Haverá muito erro baseado em tentativa-e-erro, mas logo a tecnologia se afina, aumentando cada vez mais o intervalo de confiança das respostas.

Você que é da área pode:

  1. Submergir num backlog infinito de chamados diários.
  2. Ou deixar de lenga-lenga (como eu estava, confesso), abraçar a novidade e disparar literalmente na frente.

Aliás, aqui tem um bom relatório sobre mais dicas de uso da inteligência artificial (agora em minúsculas, pois está se tornando corriqueira) no atendimento a usuários.

Enquanto setembro não chega

Mês de setembro tem nova edição do curso on-line de Gestão de Serviços de Help Desk e Service Desk comigo.

Dias 27-28-29 com inscrições aqui

Você pode se inscrever:

  • Nos cursos habituais de lenga-lenga do mesmo de sempre.
  • Ou debater sua atividade gerencial comigo e descobrir como resolver seus problemas atuais.

Fica esperto, não vou viver para sempre 😉

EL Cohen

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