Upskilling! Ah, valha me Deus…

Dia desses um amigo de quem muito gosto escreveu uma coluna (inteira) sobre:

Upskilling

Esclareceu aos leitores que se trata de “adquirir novas habilidades ou aperfeiçoar aquelas já existentes, para se tornar mais qualificado e capaz de desempenhar novas tarefas ou atividades em seu trabalho ou em sua vida pessoal.

Eu li toda a coluna e fiz aquele gesto de Barak Obama que tanto gostamos no Whatsapp.

Convenhamos, não há nada de novo sob o Sol.

A troco de quê classificar como novidade (Upskilling) algo que é tão velho quando um carpinteiro da Bíblia tentando se esmerar na sua profissão e aprendendo novas técnicas, novas formas de melhorar seus produtos.

E pergunto:

Por que esse maldito hábito de embelezarmos nossa fala no ambiente corporativo?

O seu cliente está preocupado com o resultado do seu produto, do seu serviço, do seu suporte técnico e assim vai.

Produção de mais ruído na comunicação

Quando usamos essa “pompa”, há uma perda de tempo de quem recebe a mensagem procurando dicionários para entender o que o outro lado está falando (exceto se o outro lado for um marciano também).

Ao dialogar com meus sobrinhos, sou um pouco grosseiro e vou atalhando durante cursos e consultorias:

Meu querido(a), não vamos perder tempo. Fale em bom português o que você deseja comunicar e vamos tratar de resolver, solucionar essa dificuldade.

Obviamente, sou o soldadinho do passo errado (hahaha, não do certo).

Blearghs (é uma onomatopeia!)

Usar expressões como:

  • Termos técnicos não traduzidos de Melhores Práticas
  • Soft e Hard Skills
  • Reskilling e Upskilling
  • One-to-One
  • Briefing
  • Budget
  • Job Rotation
  • Target
  • Churn
  • Forecast
  • Mentoring
  • BPO, etc e tal.

É se engrandecer com perfume. Talvez ajude na sedução, mas logo, logo haverá alguém cobrando resultados objetivos e aí…

Isso é Beletrismo, um termo derivado e aportuguesado do francês “belles lettres”, as belas letras. Ele é geralmente usado em sentido pejorativo, para indicar uma atitude de afetação em relação à cultura. É a ostentação da cultura.

E sim, eu também escrevo essas palavras. Mas me policio arduamente e minha chefe bate com seu celular meus dedos quando arrisco falar dessa forma. É desnecessário.

É isso. Ufa, estava atravessado na goela e não queria escrever para não ferir sentimentos de gente querida. Espero que ela seja suficientemente madura para:

  1. Talvez nunca ler esse artigo.
  2. Ou cair na risada (“Esse Cohen não vale nada!”).
  3. Ou promover um bom debate sobre isso, sem projetar ranço contra mim (não que não mereça, haha).

Cestou, minha gente!

A expressão sextou ou cestou não existem.

Então já que estamos na esfera da fantasia, invento a expressão que quiser. A minha é com “c” e “s”.

Beijo a todos, nos vemos.

EL CO

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