MSP Summit 2022, como foi – parte 2

Essa é uma continuação da descrição do evento iniciada no artigo:

MSP Summit 2022, como foi – parte 1.

Esse texto falará sobre a palestra Gestão de Equipe Escalável, do primeiro painel ocorrido no dia com o título Painel de MSPs Suporte (se tiver a palavra Suporte, sou atraído como rato ao queijo) e depois o comandante Guirau sobre Gestão Estratégica.

Gestão de Equipe Escalável

O palestrante foi Bruno Silva, diretor da empresa Suporti.

Começo falando da sala: não era muito boa. O projetor fica no meio do público, corredor central. Quando alguém passava na frente dele, o slide aparecia com a sombra.

Bruno discorreu sobre sua experiência na fundação e crescimento de sua empresa.

Foi uma aula de gestão de empresa.

Compartilhou suas mancadas e acertos. E apresentou um caminho das pedras para o sucesso. E sim, ele chegou lá. Mas não foi “assim, no mais”, como se diz nos pampas.

Essa é uma grande vantagem de participar de congressos.

De vez em quando temos a sorte de encontrar alguém humilde o suficiente para mostrar que nada é perfeito, que enfrentou problemas, que tropeçou.

Alguns palestrantes parecem pintar o arco-íris de passos maravilhosos para chegarmos lá. E não é assim.

Anotações que, claro, são minha interpretação de sua fala:

  • Ao sair de coordenador de suporte para gestor da empresa, o dono não documenta as atividades que o coordenador deve realizar. Coisas como reunião toda sexta-feira com o cliente tal, como entregar projeto, se precisa documentação etc. Dessa forma, o fundador não larga a atividade e se vê sempre envolvido em tarefas que não são mais suas.
  • Como consequência, o coordenador não entrega a proposta de valor que o fundador deseja simplesmente… Por que este não a esclareceu.
  • A maioria dos donos de empresa tem uma visão de curtíssimo prazo em relação à grana, olhando somente o saldo da empresa nos bancos e não o fluxo de caixa. Ele ilustrou com frase de um amigo: “O mês transcorre e eu tô rico, tô pobre, tô rico, tô pobre”. Por que só olha o saldo e não o fluxo.
  • Quando o fundador sai da operação para cuidar da parte financeira e estruturar o comercial, começa a perder clientes. Aquele que ficou em seu lugar não trabalha como ele. E surge um sentimento maligno: “bom era quando a empresa era pequena”.
  • Um MSP vende tempo, hora. Se o funcionário não faz nada pela manhã, a empresa perde dinheiro.
  • Qual a margem de lucro que você espera da sua empresa? Qual seu produto que gera isso? Qual seu percentual no total?
  • As empresas não quebram por falta de conhecimento técnico. Mas por má administração.
  • Os fundadores são o gargalo ou impulsionador da empresa.
  • Nosso concorrente número 1 é a imaturidade do mercado (“tenho um sobrinho que entende de TI, quero ver se faz um preço melhor”).
  • A tendência das empresas é seguir a força da gravidade. E falir. (Veja o slide com o gráfico).
  • “Todo mundo quer ir para o céu, mas ninguém quer morrer”. Traduzindo: “Todo mundo quer lucratividade, mas não muda/faz o que deveria”.
Photo by Cohen
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Ah sim, se está se questionando sobre o título da palestra: também não entendi. Kkkkk….

Painel de MSPs Suporte

Os participantes do debate eram três: Ricardo Figueiredo da Qualiserve, Thiago Fonseca da Suporti (meu querido sobrinho adotado) e Sidnei Galhardi da SLTECH.

A questão era – como demonstrar valor de TI?

O início dos debates foi mais enrolado que namoro de cobra.

Mas quando estavam no final, começaram a brotar bons conceitos – minha esposa diz que o paciente sempre deixa a bomba pro final da consulta pra não discutir algo doloroso durante 45 minutos.

O representante da SLTECH apresenta um book ao cliente e informa a quantidade de tentativas de ameaças bloqueadas (e compara com alguns casos de ransomware conhecidos no Brasil), o número de backups feitos no período, as atualizações de patch etc.

Imagino que nessas horas o cliente tem dificuldade de pensar no sobrinho dele realizando todas essas atividades que mantém seu negócio funcionando normalmente.

Thiago comentou que se questiona o quanto conhece o negócio do cliente. E deu um exemplo em que tenta ajudá-lo no orçamento para o ano seguinte, lembrando que certo produto de software utilizado migrou de um banco de dados simples para outro mais sofisticado e que exigirá mais do hardware. E com isso, evita uma surpresa lá adiante.

Photo by Cohen
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Prof. Girau – Gestão Estratégica

Não sei por que o João Carlos agora se apresenta com o preposto “Prof.”. O nome dele é chique, bacana e composto (João + Carlos) ainda por cima! Vai saber.

Isso me recorda meu guru que utilizava uma assinatura de e-mail com todos os seus títulos de universidade. Ora, já tinha um nome no mercado, não precisava mais disso.

Foi uma ótima palestra e com um encerramento espetacular. Todos ficaram de olhos arregalados e boca aberta. Literalmente. Esse tira leite de pedra!

A melhor demonstração do conceito valor que já assisti até hoje. Tanto que se fosse papo via Whatsapp, usaria aquela “figurinha roubada com sucesso”.

As anotações foram poucas, mas de altíssima qualidade:

  • Sempre teremos dificuldade para definir valor numa relação de troca.
  • O que você entrega? Preço ou Valor?
  • O cliente não quer saber de preço se entende o valor que você entrega. O que pode acontecer é ajuste para caber no orçamento.

História (verdadeira ou não, aspecto completamente secundário) para explicar o conceito de valor:

Ele trabalhava na FIESP e um diretor pediu-lhe para indicar e instalar um computador para seu irmão empresário. Preste atenção: membros da FIESP não são donos de sapataria (nada contra), mas pessoas que dirigem empresas com 10.000 funcionários pra cima (exagerei, mas é tudo top gun).

Guirau encomendou um micro, configurou, instalou Doom para as crianças (isso foi há muito, muito tempo), visitou a casa do sujeito, verificou instalação elétrica, conexão com internet etc.

Na hora de cobrar, ele disse que não cobraria, era uma gentileza.

Dias depois recebeu um pacote com uma gravata Hermes e uma caneta Montblanc (pesquise no Google pra conhecer os preços).

Quando foi devolver por que não achava justo receber tudo isso, o irmão do diretor falou:

Guirau, entenda uma coisa. Não estou lhe dando isso pelo valor de seu trabalho. Mas pelo valor que esse computador teve para minha família.

Ploft.

Se você não entendeu, Jesus, vá carregar caixas na Ceasa (nada contra os trabalhadores da Ceasa, mas TI não é seu espaço).

Photo by Cohen

Continua em MSP Summit 2022, como foi – parte 3 – final

Campanha

Quem se inscrever ainda hoje no curso online dos dias 23-24-25 de novembro ganha o título de sobrinho honorário do Cohen.

Isso lhe dá prioridade sobre as dezenas de perguntas e dúvidas que ele recebe semanalmente. Ou seja, você – como o Thiago – tem prioridade ZERO!

E de inhapa, ainda tem a chance de embalar seu centro de suporte técnico para receber 2023 de forma organizada e produtiva.

Vamos lá, pise no acelerador. Ou vá pra baixo da cama.

www.4hd.com.br/calendario

Abrazon

EL CO

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