Todo homem toma os limites de seu próprio campo de visão como os limites do mundo

Essa é uma frase de Schopenhauer. Um filósofo do passado, não de um DJ ou Mc-Alguma Coisa. Mas poderia ser também, não faria mal algum.

Mal faria se a gente não pensasse a respeito. Quando sobra tempo, claro.

Por que do jeito que anda a vida, mesmo com Internet Banking no celular e não colocando mais a barriga no balcão do caixa pra pagar boleto, ainda, por incrí­vel que pareça, falta tempo.

Tecnologia endiabrada que em vez de economizar tempo, nos arruma mais coisas pra fazer.

Backup é uma delas. Vivo fazendo. Sabe como é, o monstro do Ransomware espreita atrás da porta. É o novo bicho-papão corporativo e faz a gente ligar o computador fazendo figa pra saber se hoje é o nosso dia.

Biorritmo

Aqui em casa cheguei à conclusão de que a vida é um biorritmo (Houaiss: ritmo ou ciclo intrí­nseco caracterí­stico com que determinados processos biológicos ocorrem em um indiví­duo).

Ou se preferirem algo bí­blico, perí­odos de 7 vacas gordas se alternando com as 7 magras (apesar de quê, no Brasil, a coisa tá sempre pra frango, pois o preço do boi não desce das alturas).

Em determinado perí­odo, algo está na moda.

Depois cai em desuso para voltar logo a ser tendência novamente.

Esse lance de sobe-e-desce é como socar roupas no armário bem lá no fundo e esquecê-las por anos. Quando a gente vê, voltaram a ser moda.

Mas o que não muda é o ser humano. Dia desses, atônitos, eu e minha esposa assistí­amos às desgraças que se repetem na TV. Seja de presidente maluco que fala o que quer (e não é novidade) até maldades perpetradas de maneira mais vil à integridade humana.

Dando voltinhas pra não ser objetivo

Uma coisa que não muda é a frase tí­tulo do meu artigo.

Exemplo: meu guru tem entre seus fundamentos que uma empresa precisa ter lucro. Assim, qualquer coisa que não gere saldo positivo, deve ser descartada. Se um determinado segmento está faturando alto – pets, pets, pets – ele posiciona-se nesse mercado e enriquece astronomicamente, hoje por esporte. Exceto pelos cafés da Ofner que o deixam um pouco menos enriquecido.

As nossas áreas de TI estão sujeitas ao mesmo impacto, dado que são populadas por gente (por enquanto).

O sujeito viu um gerente cauteloso ter sucesso, ele assim será. Exceto se tiver problemas orgânicos – TDAH e outras coisas do gênero.

Se, pelo contrário, viu uma empresa como a Nutecnet virar ZAZ e depois Terra e ser um expoente magní­fico do empreendedorismo no Brasil, sairá vendendo primeiro para depois entregar (OK, você pode chamar de maneira mais elegante: prototipação e outras expressões elegantes).

ITIL & Kanban

Se alguém vivenciou ITIL como experiência de sucesso, diachos… Vai ser ITIL até no sexo!

Fará Requisição de Mudança para mudar de posição e Gerenciamento de Incidentes quando alguma coisa falhar (depois dos 70’ a garantia dos serviços – expressão da ITIL 4 – irá pro beleléu).

Se alguém veio de indústria e usava Kanban com êxito, o que esperar quando prestar consultoria para uma empresa, mesmo de ramo diverso como na área de tecnologia de software?

Pregará post-its das paredes até as escadas.

Onde quero chegar?

O behaviorismo radical (ou comportamentalismo) estudou bem os comportamentos humanos. Ele mostra que a pessoa vai aprendendo maneiras de ser através de suas experiências. E modificar tais hábitos quando o mundo lá fora mudar, se torna algo bem difí­cil.

O sujeito comprará um arame e verá nele um spec (estaca de fixação de barraca) se for montanhista. Tá, “pra quem tem um martelo, todo parafuso é um prego”, eis uma analogia mais comum.

Fique alerta

Quando ler livros, artigos na internet ou ouvir de colegas, tome cuidado com as recomendações.

Seja adepto do ceticismo (doutrina segundo a qual o espí­rito humano não pode atingir nenhuma certeza a respeito da verdade, o que resulta em um procedimento intelectual de dúvida permanente).

Por que tudo que o sujeito do lado de lá comunica – inclusive eu – baseia-se nas suas experiências. Claro, você pode tentar ampliá-las e isso poderá ser bom, mas…

Veja o recente caso da Stone – cobrança justa ou assédio moral?.

O gestor aprendeu a ser objetivo – talvez até beirando a rispidez – para defender os interesses da empresa que provê o sustento de todos.

Acabou demitido, pois seu método de feedback gerou muita repercussão negativa.

Mais não digo. Vou deixar vocês trabalharem.

Abraços

Cohen

 

 

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