Uma pequena empresa de TI, daquelas que cuidam de infraestrutura, geralmente surge no mundo quando um grande cliente põe fé num profissional.
Ele pede demissão, se organiza, empreende e, às vezes, até monta um pequeno time para ajudá-lo a cuidar do parque de máquinas da empresa onde trabalhava.
Esse cliente investe nele um “voto de confiança” e, claro, espera a) a mesma competência anterior com b) um valor abaixo do cobrado pelas empresas de mercado. Afinal, está a “dar uma chance” para o profissional se estabelecer. Em troca, quer algum benefício.
Ele, por conseguinte, se desdobra em mil para atender essa demanda. Não mais como pessoa física, mas agora como pessoa jurídica. Faz marca, assiste cursos do SEBRAE, redobra seus aprendizados técnicos, compra certificado digital e toda tralha burocrática que esgota um naco do seu tempo e…
O problema é que…
O tempo passa.
O ex-funcionário conquista novos pequenos clientes que o contratam por que tem uma grande conta (seu antigo patrão).
Sua atenção começa a ficar dividida entre os novos e o grandão anterior.
Não tendo em quem confiar, atrai a esposa pra controlar o financeiro (sim, eu também fiz isso!) enquanto segue se especializando e se tornando melhor no que faz.
Contrata software de registro de chamados. Treina alguns estagiários para ajudar no atendimento (os quais demandarão um tempo danado para orientação).
E o tempo segue consumido vorazmente pelo dia a dia. E o empreendedor mergulha para cobrir as falhas dos novos colaboradores.
E desaparece em meio a quesitos… (adoro reticências!)
TÉCNICOS.
A última palavra foi grafada em maiúsculas e negrito de forma proposital.
Por que em algum momento, o empreendedor tem de se tornar empresário.
E como empresário (nem vou falar de tirar as mãos do teclado), precisa compreender que não pode permitir que seu faturamento dependa substancialmente de uma única empresa. É arriscado.
Espere, vou usar “arriscadíssimo”. Um superlativo aqui cai bem.
DEMAIS (esse advérbio também pega bem).
Por que chegará o dia em que haverá troca de cargos no grande cliente. E talvez alguém não muito simpático à pequena empresa do prestador de serviços apareça com novas ideias. Trocar a empresa prestadora, por exemplo. Ou fazer insourcing.
E a situação trará pânico.
O período que antecipa o fim do contrato será como a obra de Gabriel Garcia Marquez, “Crônica de uma morte anunciada”: sabemos que o sujeito morrerá e nossa aflição segue todo o texto do livro até o momento final.
Ou seja, uma coisa é morrer. De súbito.
Outra é saber que vai morrer (sorry por falar dessas coisas aqui em plena pandemia, parece insensibilidade, mas também se ajudar algum empreendedor, já terá sido bom).
É um sofrimento permanente até o momento final da guilhotina (do contrato).
Como escapar dessa situação
Escalabilidade. Automação. Processos. Geração de valor.
Putz, existem trocentas expressões muito boas pra usar nisso tudo.
Mas o importante é não se deixar sugar pelo cotidiano (mil problemas técnicos) e trabalhar constantemente para conquistar novos bons clientes que diluam a importância daquele grande no faturamento.
Vejam: não estou dizendo para atender mal o mesmo, mas dedicar um tempo na conquista de novos clientes que reduzam a importância financeira do primeiro no final do mês.
Por que m* acontecem e você poderá estar melhor preparado para lidar com elas.
Sei, eu sei que quanto mais clientes, mais problemas técnicos aparecem. Por isso…
Outra boa dica
Dias 12-13-14 de maio tem nova edição do curso de Gestão de Serviços para Help Desk e Service Desk.
Se você é empreendedor, inscreva seu gestor de suporte/help desk/service desk no curso para que se envolva menos com o atendimento e possa seguir a recomendação que apresentei.
Inscrições aqui – www.4hd.com.br/calendario
R$ 2.450 parcelável em 3x no boleto para pessoa jurídica ou…
No cartão de crédito você pode parcelar usando PagSeguro ou Paypal (meu preferido)
Abs
EL CO