O Homem é a medida do Universo ou… Porrada no negro!

Saudações a todos neste que é o primeiro artigo de 2021.

Ia escrever uma previsão para o ano que adentra, mas a ironia estava tão empolgada que resolvi freá-la um tanto. Claro, a bichinha está como pet esperando o dono pegar na coleira… Só na expectativa.

Sairá semana que vem o artigo.

Pelinquanto vamos a um papo mais filosófico.

Aí, vai um webinar aí­?

Em 2020 assisti um buzilhão de webinars. É a nova-velha maneira dos fornecedores conquistarem novos clientes: “produzindo” conteúdo de qualidade para angariar e-mails e interessados.

Rolaram até congressos e feiras online.

Supimpa. Mas é a mesma coisa.

O ser humano é um bicho social. Este final de ano observamos perplexos a ajuntamentos de pessoas nos mais variados pontos do Brazil.

Quem diria, até Santa Catarina, estado de colonização alemã e quadrado-no-quadrado, o que é assim é assim, disparou em contágios e se tornou o terceiro estado com maior quantidade de casos de covid-19.

Veja mais na reportagem Após festas de fim de ano, Santa Catarina é o 3º estado com mais casos da covid-19. Tá, você pode dizer que as aglomerações são obra de turistas, mas então por que permitiram turistas? Dá tudo no mesmo.

O ser humano é um bicho social.

Daí­ lembrei de…

Alguns apostam no Home Office, outros dizem que somente o olho-no-olho (não virtual) é que pode alavancar acordos e negócios, motivar equipes, descobrir melindres e tudo o mais.

Algumas empresas de tecnologia se tornaram 100% virtuais. Outras, nem a pau e mesmo durante a pandemia enfiavam gente dentro de salas para trabalhar, fazer código, atender e tudo o mais (salvo umas duas primeiras semanas de susto).

Alguns creem que é preciso continuar o auxí­lio pandemia para ajudar a população mais carente. Outros dizem que eles precisam ir trabalhar. O que vem primeiro, saúde para poder trabalhar ou… Um trabalho pra conseguir cuidar da saúde (econômica etc. da famí­lia)?

Daí­ lembrei da frase de Protágoras, um dos filósofos pré-socráticos que dizia:

O homem é a medida do universo

Significa que é a partir de suas experiências que enxerga (e enquadra) o mundo. Se nasceu em famí­lia do PT, tem uma visão. Se nasceu em famí­lia liberal (economicamente falando) tem outro discernimento. E isso vale para qualquer debate de ideias.

Outra de suas frases – Protágoras – célebres deixa claro que existe uma relatividade do conhecimento: “Todo argumento sempre permite a discussão de duas teses contrárias.

Chega-se à conclusão de que não existe nenhuma verdade definitiva e que, por isso, há que aceitar cada indiví­duo e o seu ponto de vista. Para a convivência dos seres humanos, isso implica cultivar e proteger a pluralidade de opiniões e de formas de vida. Protágoras é considerado, por isso, o filósofo da democracia.

Os últimos quatro parágrafos não são meus.

Foram extraí­dos do livro A História do mundo em 50 frases.

Daí­ que alguém lhe dirá num webinar que Gamification funciona. Outros que não. Que Kanban é o máximo. Aqueles lá dirão que é coisa do passado. Que a Teoria das Restrições é algo sempre em voga (moderno). Outros que foi uma perfumaria pra vender livros. KCS sim, KCS não. ITIL sim, ITIL não…

Protágoras foi o pai dos sofistas (Houaiss: mestres da retórica que tomavam a si a tarefa de ensinar conhecimentos gerais, gramática e a arte da eloquência para os cidadãos gregos postulantes à participação ativa na vida polí­tica, sendo que frequentemente acrescentavam questionamentos polêmicos aos debates filosóficos da época).

Por isso assistimos a um webinar e ficamos fascinados pelas ideias apresentadas. Porém, no dia seguinte, assistimos outra pessoa com opiniões opostas e… Ficamos deslumbrados e mudamos de água para o vinho. Ou para o azeite. Gasolina. Leite.

O que não muda

O que não muda é que as pessoas têm os mesmos direitos e deveres.

Preto é igual a branco que é igual a amarelo que é igual a vermelho e assim por diante.

Eu ia iniciar o tí­tulo desse artigo como “Porrada no preto” depois do que aconteceu no Carrefour aqui em Porto Alegre (Homem negro é espancado até a morte em supermercado do grupo Carrefour em Porto Alegre).

Um espancamento brutal, estúpido e inaceitável. Que provavelmente não aconteceria se eu – homem branco – fosse o cliente.

Sempre me considerei um sujeito não racista. Mas ouvi algo durante a apuração do crime denominado “racismo estrutural” e fui investigar.

Li o livro Pequeno manual antirracista da Djamila Ribeiro.

Pensei, refleti e descobri que sou racista sim. Senão por ação, por inação.

Uma sociedade (branca) que escravizou um povo durante séculos precisa ruminar seus erros.

Bridgerton

Eu e a patroa assistimos uma série água-com-açúcar denominada Bridgerton no Netflix. Recomendo.

Ficamos indignados com a mudança histórica realizada onde os negros são duques etc., sendo que naquela época eram escravos mesmo. E depois de um blá-blá-blá rançoso, maçante e estruturalmente racista nos demos conta: essa não é a ideia da série.

Seu objetivo, além de entreter, é apresentar uma sociedade onde não se diferencia as pessoas por causa da sua cor, mas pelos seus atos.

E os capí­tulos transcorreram numa boa, vendo o belo duque negro casar-se com a branquinha sem graça. E tudo acontecendo conforme os mais variados comportamentos humanos com um senão: ninguém dá a mí­nima bola para a cor da pele.

Por isso em 2021 faça um esforço aí­.

Pense a respeito,

Abs

EL CO

PS: Você sabe por que Moisés reteve os hebreus durante 40 anos no deserto após saí­rem do Egito?

Pra ter uma ideia, as caravanas da época faziam o trajeto em 30 dias, aproximadamente.

Não, não foi para se purificar por ter construí­do um bezerro de ouro enquanto Moisés recebia os 10 mandamentos.

Mas sim por que o libertador compreendeu que esse povo fora escravo durante 400 anos.

Nunca havia se dado educação para se transformarem de escravos em homens livres.

Está no Talmud: “Deus só pode ser servido por homens livres. E somente quem tem educação é livre.

E no Brasil a mesma coisa! Olhe onde está a população negra? Em sua maior parte, nas favelas sem a mí­nima condição de educação progresso social/econômico.

Por isso, depois de ler este artigo dê um jeito de refletir a respeito e passe a apoiar causas que colaboram nessa transformação, seja a cor de pele que você tiver.

Eu já escolhi a minha: CUFA.

Você, além de colaborar, no seu dia a dia pode cortar as piadas pejorativas e adotar novos comportamentos.

O mundo agradece.

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