Gestor, o que lhe trouxe até aqui não vai levá-lo mais adiante

Hoje é dia…

De comentar que repassei algumas leituras de 2015 (em verdade, os resumos delas) e encontrei o What Got You Here Won’t Get You There de Marshall Goldsmith (no Brazil publicado como Reinventando seu próprio sucesso).

Indubitavelmente é o mesmo conceito apresentado pelo guru Peter Drucker em O melhor de Peter Drucker em que ele cita:

Ah, novo gestor, o que você deveria estar fazendo agora para ser eficaz em seu novo emprego?

Diachos, elas assumem sua nova atribuição, mas continuam fazendo o que as tornou bem-sucedidas no antigo cargo e o que lhes valeu a promoção. Então, agem com incompetência, não por que se tornaram incompetentes, mas porque estão tomando as iniciativas erradas.

E na mesma tocada, Goldsmith, um renomado consultor e coach norte-americano, prefere esmiuçar a ideia (não digo que plagiou Drucker, mas que apresenta a mesma sob diferentes detalhes).

Um não, mas 20 comportamentos furados (ele chama de falhas transacionais) são apresentados em relação à outras pessoas. São eles, lembrando que se trata de uma tradução livremente realizada e entremeada por este ordinário e querido bloguista.

São eles, os 20 comportamentos inadequados

1. QUER GANHAR SEMPRE

A necessidade de vencer a todo custo e em todas as situações, inclusive quando isso é completamente irrelevante.

Desde as questões importantes e decisivas para o centro de suporte até se a temperatura do ar condicionado deve ser 22 ou 23 graus, o gestor se bate com fúria de um cruzado (das Cruzadas, não de luta de box).

2. PITACO EXTRA

O sujeito que raramente resiste ao desejo de adicionar seus dois centavos a cada discussão.

Qualquer debate sempre tem sua participação na história, pois não consegue deixar algo passar em branco. Ainda que não seja envolvido diretamente no tema.

3. JULGA COMPORTAMENTOS E MANIFESTA SUA APRECIAÇÃO

Tem necessidade de avaliar os outros e impor seu padrão a eles.

Em vez de ajudar a resolver o problema, dá opiniões do tipo “Por que foi realizar isso antes de fazer um backup?”.

4. REALIZA COMENTÁRIOS DESTRUTIVOS

São sarcasmos inúteis e observações corrosivas que aparentam estar sempre afiados e espirituosos.

Geralmente expressos sem pensar, mas que magoam aqueles que os ouve, apesar do emissor logo em seguida esquecer dos mesmos.

Mas os comentários na pessoa que os recebeu ficam ecoando. De alguma forma valem a pena ser ditos ou servem apenas para… Pra que servem mesmo?!

5. INICIA FRASES COM “NÃO”, “MAS” OU “NO ENTANTO”.

Envolve o uso excessivo desses qualificadores negativos que secretamente dizem a todos: “Estou certo. Você está errado.”

É a ânsia de julgar as sugestões de maneira imediata, sem refletir sobre elas.

Consequências? Ninguém mais dá ideias no futuro.

6. DIZ AO MUNDO COMO É INTELIGENTE

A vontade de mostrar às pessoas que é mais inteligente do que pensam.

Frases como “Ah, eu já sabia disso!” que se traduzem em “Você não precisava gastar meu tempo com coisas que já eram de meu conhecimento. Pensou que era uma boa sacada mas eu já a conhecia”.

7. FALA QUANDO IRRITADO

Usar a volatilidade emocional como uma ferramenta de gestão.

Tá, OK, bater com força na mesa ou explodir pode ser útil para acordar funcionários e aumentar adrenalina, mas…

Tem um preço.

E isso pode ser pânico, temor de expor ideias ou tomar decisões sozinho e muito mais.

8. EXPRESSA NEGATIVIDADE OU “DEIXE-ME EXPLICAR POR QUE ISSO NÃO VAI FUNCIONAR” 

A necessidade de compartilhar pensamentos negativos, mesmo quando não perguntado.

Brochante Desanimador.

É o uso da força da autoridade em vez de estimular o debate e o desenvolvimento de percepção própria no colaborador.

9. RETÉM DE INFORMAÇÃO

Recusa em compartilhar informações, a fim de manter uma vantagem sobre os outros.

Bem, se compartilhasse informação geraria lealdade entre outros benefí­cios.

10. NÃO DÁ O RECONHECIMENTO ADEQUADO

Incapacidade de elogiar e recompensar.

Surgem argumentos como “estou muito ocupado”, “na correria” e tal, porém…

Gosta de ouvir elogios de seus superiores! Curioso, não?!

11. REIVINDICA CRÉDITOS QUE NÃO MERECE

A maneira mais irritante de superestimar sua contribuição para qualquer sucesso.

Roubo, simplesmente um roubo!

E é bom estar preparado por que a fonte de ideias e realizações secarão.

12. INVENTA DESCULPAS

A necessidade de reposicionar o comportamento irritante como um acessório permanente para que as pessoas a desculpem por isso.

“Desculpe por que o trânsito está horrí­vel hoje, por isso cheguei atrasado”.

E por que não saiu bem antes? Em vez de ficar inventando desculpas, deveria dar um jeito de acertar.

13. AGARRA-SE AO PASSADO

Necessidade de desviar a culpa de si mesmo para os eventos e as pessoas do seu passado; um subconjunto de culpar todos os outros.

“Eu nunca tive oportunidade de…”, “Eu venho de uma famí­lia…”.

14. ESCOLHE FAVORITOS

Não perceber que trata alguém injustamente.

Bem, os outros percebem a pessoa (é a Janela de Johari) melhor do que ela própria e por isso tende a fazer coisas que, sem perceber, desmotiva o restante da equipe sob sua coordenação.

15. RECUSA-SE A CONFESSAR ARREPENDIMENTO

Incapacidade de assumir a responsabilidade por suas ações, admitir que está errado ou reconhecer como suas ações afetam outras pessoas.

16. NÃO OUVE

Forma mais passiva e agressiva de desrespeito pelos colegas.

Quantos cursos eu, Robertinho, ministrei onde o time de suporte dizia coisas como:

  • “Gostaria que nosso chefe estivesse aqui” ou
  • “A gente já deu essa sugestão, mas ele(ela) não nos ouve”.

Traduzindo, a equipe imagina coisas como “Eu não me importo com vocês”, “Vocês estão errados”, “Vocês são inexperientes”, “Vocês desperdiçam meu tempo” e a lista vai longe.

17. NÃO AGRADECE

A forma mais básica de maus modos.

Bah, isso é desmerecer diretamente ao outro.

E quando acontece o elogio é como se dissesse “Que ótimo, aprenda ainda mais sobre isso”.

18. PUNE O MENSAGEIRO

A necessidade equivocada de atacar os inocentes que geralmente estão apenas tentando ajudar. Lembre-se do provérbio latino “Ne nuntium necare”: Não mate o mensageiro!

Sabe o que acontecerá?

Ninguém dará as más notí­cias com medo de punição e o gestor será sempre o último a saber a “novidade”.

Lembrando sempre que ele é o responsável pelos resultados do seu departamento, descobrir algo somente quando a casa está pegando fogo é…

19. PASSA A BOLA

A necessidade de culpar a todos menos a si mesmo.

Trata-se literalmente de tirar o seu da reta.

Lembro de quando trabalhava em um banco. Alguém fez uma mancada na programação.

O diretor de TI reuniu todo mundo do desenvolvimento e perguntou quem tinha feito aquilo. O gerente de desenvolvimento disse: “Se tiver que culpar alguém, culpe a mim que sou o supervisor”. O diretor de TI insistiu e o supervisor idem.

E com isso granjeou o respeito, admiração e lealdade de toda a sua equipe.

20. TEM NECESSIDADE EXCESSIVA DE SER “EU”

Exaltar suas falhas como virtudes simplesmente porque elas mostram como é em si. Se o gestor é um procrastinador, simplesmente confessa “É que sou assim” sem tomar uma ação ou medida para fazer as coisas acontecerem.

Chi, fudeu danou-se

Se fosse um jogo e você precisasse passar incólume por estas fases, provavelmente já teria perdido umas 5 vidas, hein?!

Bem, eu sim. Reconheço-me em várias destas situações.

O lado bom?

É que dá pra melhorar…

Claro, se você é um Steve Jobs ou um Jef Bezos, não precisa lapidar seu comportamento. Mas se não é isso tudo…

Minha sugestão é que compre o livro na sua versão em português Reinventando o próprio sucesso e estude durante o perí­odo da Copa.

Perí­odo em que parte do Brazil vai parar.

Go up, girl or brother.

Abrazon do tio cohen 🙂

EL CO

2 comentários em “Gestor, o que lhe trouxe até aqui não vai levá-lo mais adiante”

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