Pros que vão ao Carnaval sem leitura de bordo definida
Li um monte de livros no ano passado, 2015, mas deles fiz poucos resumos e dos que realizei tal tarefa, aí vão suas sinopses e comentários.
Registros de um post de 2015
Alguns deles já anotara em Literatura lida nos últimos dias de junho de 2015:
- A Guide to the good life, the ancient art of stoic joy
Um esclarecimento muito legal sobre os estoicos, inclusive daquela percepção inadequada que eles não valorizam bens materiais e querem morar todos dentro de barris. - Moonwalking with Einstein, the art and science of remembering everything
Um repórter cobrindo um campeonato de memória resolveu se tornar campeão com a ajuda de um expert… E no ano seguinte foi mesmo! Ele destrincha as técnicas que adotou para chegar lá. - Sonhos não tem limites
Biografia do Carlos Wizard Martins, criador da escola Wizard de idiomas (que depois comprou a Yágizi, a Microlins, a…): a decisão de colocar o nome de sua escola em seu sobrenome, a vida miserável que passou no início da carreira, etc. - Como Proust pode mudar sua vida
Bom, o nome quase já diz, dicas do famoso escritor para levar uma vida melhor. - Hooked: How to Build Habit-Forming Products
Repórter que investigou um método muito comum utilizado pelos sites, cujo mecanismo ele conceituou de “Gatilho / Ação / Recompensa / Investimento“.
Brainfluence — 100 ways to persuade and convice consumers…
O livro é obra de Roger Dooley, um sujeito que tem um blog com muita visitação de interessados que desejam conhecer neurociência mesclada com marketing.
O título do livro é bem comprido: Brainfluence – 100 ways to persuade and convince consumers with neuromarketing e eu confesso que usei várias táticas apontadas por ele. E com sucesso, hahaha.
Algumas delas são “evitar o pagamento pingado: ele recomenda vender com um preço fechado tudo, em vez de aos poucos”. Aliás, esse é o prazer de ir para um resort denominado “all inclusive”. Paga-se na entrada e todo o resto, comida, bebida, hospedagem, etc. é de graça, sem o stress de “— Onde vamos jantar hoje que não seja muito caro” quando estamos em turismo por algum país.
Como o título diz, são 100 pequenos capítulos que discutem se é mais produtivo ter mulheres na área comercial; a ideia da ancoragem de preços tão usadas nas lojas de roupas; quando é bom arredondar os preços dos produtos e serviços e quando, ao contrário, definir até os centavos; por que é importante reduzir a quantidade de opções oferecidas; a maneira de criar um “inimigo” e como isso rende frutos – Steve Jobs que o diga quando detonava o Windows—; e por aí vai.
Sobre a Escrita: a arte em memórias
Sobre a Escrita: a arte em memórias é uma espécie de biografia do escritor Stephen King escrita por ele mesmo e não por um terceiro.
Quem não lembra da figura, ele estourou para o sucesso através de livros como:
- Carrie, a Estranha
- O Iluminado (virou filme com o Jack Nicholson)
- A coisa
- Sob a redoma (virou minissérie Under the Dome)
- Salem
- Saco de ossos
- í€ espera de um milagre (virou filme com o Tom Hanks)
- Christine (virou filme, o carro que se mostra possuído) e tal
O cara é foda fera.
O mais engraçado é ver que, no início de carreira, ele morava com esposa e filhos e não tinha grana nem pra pagar o aquecedor (habitava uma região com neve). No seu livro dá dicas de como chegou (e chegar) lá no sucesso.
Uma delas é “— Escreva todos os dias”. Outra: “— Nada de enfeitar o vocabulário do texto; o que vale é a história, o sentido”.
O livro me produziu um “resumo” de 34 páginas. Afora que ele recomenda uma lista enorme de outras literaturas que acabei lendo uns 5%.
Carrie, a estranha
Tá, eu vi o filme. Mas nunca lera o livro e dizem que é sempre muito diferente.
Nesse caso, não. Ou sei lá, acabei influenciado pelo livro. Mas foi possível relembrar várias partes que nem me ligava mais.
Carrie, a estranha conta a história de uma adolescente com poderes paranormais. Só que sua mãe é religiosa e rígida pra caramba. Além disso, a menina sofre bullying na escola.
Sacaneavam demais dela. Só que no baile da escola, uma dupla despeja sangue de porco sobre ela. E a vingança através de seus poderes é imediata, causando um pânico e rol de mortes enorme.
Se mete, pra ver… Tem em formato e-book e dá pra ler numa sentada, como se diz. E o cara realmente é muito bom em nos prender para saber “— O que vem agora, o que vem agora.”.
A vida secreta das abelhas
A personagem principal padece lá pelos anos de 1960 nas mãos de seu pai. Não, não é abuso, mas é desinteresse do mesmo por ela. Ela, que é adolescente e órfã de mãe, foge com sua empregada.
Vai daqui, vai de lá e ambas são acolhidas por três irmãs negras, cada uma muito diferente da outra. Só que Lilly é loira e naquela época a discriminação social ainda era muito ferrada. Dos dois lados.
A vida secreta das abelhas é uma novela (gênero de literatura) recomendada pelo Stephen e escrita por Sue Monk Kidd. Fez um baita sucesso quando lançada.
É uma história de amor e uma visão muito feminina de tudo.
Um trecho:
Saber algo pode ser uma maldição na vida de uma pessoa. Eu tinha trocado um pacote de mentiras por um pacote de verdades, e não sabia qual era o mais pesado. Qual deles exigia mais força para ser carregado? Mas era uma pergunta ridícula: depois que se conhece a verdade, não se pode voltar e pegar a mala de mentiras.
Deuses americanos
Deuses americanos do Neil Gaiman é um livro muito maluco. Parece (brincadeira) que o cara tomava LSD e outras drogas quando escreveu o livro lá em 2001.
Quem gostou de Matrix ia se achar nele.
Uma misturada braba em que deuses de todas as nações e raças que formaram o povo americano (isso vale para africanos, índios apaches, dinamarqueses, europeus, irlandeses, etc.) vivem escondidos sob pela humana nos EUA. Estão muito por baixo por que os deuses atuais são a informação (internet?!) e outras coisas.
É uma crítica à falta de espiritualidade vigente. Foi, pelo menos, o que achei e corroborado por outras sinopses que encontrei…
Pela internet. 🙂
Tem uma história de pano de fundo onde vamos seguindo um personagem por vários locais em que ele se encontra fugindo de um presídio.
E tem até malandragens que os deuses aprontam para ganhar dinheiro, como dizer que a caixa de depósitos está estragada, mas que pode entregar para ele mesmo o depósito (está vestido com a roupa do banco) que será efetuado o mesmo. Cabe lembrar que a caixa nos EUA até pouco tempo atrás eram aqueles buracos na parede em que se jogava os documentos.
— Esta é uma terra ruim pra deuses — disse Shadow como linha introdutória, não era exatamente amigos, romanos e compatriotas, mas dava para o gasto.
— Você todos provavelmente descobriram isso, a seu modo. Os antigos deuses são ignorados. Os novos são tão rapidamente elevados quanto descartados, colocados de lado em nome da próxima moda. Ou vocês foram esquecidos, ou estão com medo de se tornarem obsoletos… Talvez estejam apenas cansados de existir somente na excentricidade das pessoas.
Não estranhe a quantidade de ficção lida. Lembre-se: eu acabara de publicar o livro de métricas. Queria mais é isolar-me do assunto e só embarcar em narrativas que me levassem para outro mundo.
Planning and designing effective metrics
Mas não deu muito tempo para escapar, pois decidi transformar meu livro de Métricas para Help Desk e Service Desk em Ensino A Distância.
E voltei a ler livro técnico.
Quase me afoguei lendo o livro Planning and designing effective metrics do Martin Klubeck e percebi que cada sujeito tem uma visão pessoal do que deve ser medido, como medir e assim por diante. É verdade que existem algumas premissas fundamentais, mas depois é cada um por si. Por isso, não procure você um “jeito certo de fazer” por que vai ser difícil encontrar. Salvo aqueles promulgados pelos gurus, hehe.
Há uma fábula muito interessante citada no livro: a história de três porquinhos (sempre eles) que desejam emagrecer. O resumo é que os dois primeiros emagrecem, mas às custas da qualidade de vida. O terceiro, sob orientação médica, compreende que melhorar os números (horas dormidas, exercícios feitos, nutrição, colesterol e assim por diante) deve ser para ficar mais saudável e não para atingi-los apenas por chegar lá, mas vivendo num clima ansiogênico (de ansiedade) por causa disso.
Recomendo. Mas não firmemente, hehe.
Black Sabbath: a biografia
Desconcertante ler a história da minha banda preferida de rock e da qual eu corria para conhecer a chegada de novos álbuns nas lojas (um tempo antigo que a juventude atual não terá o prazer de curtir).
Black Sabbath: a biografia foi escrito por Mick Wall (ex-assessor de imprensa do grupo) e descreve desde como decidiram o nome da banda (caramba, uma forma totalmente ridícula) até as situações encaminhadas pelo Tony Iommy (o líder e dono do grupo, já que ninguém se ligou, exceto ele, em fazer o registro da marca) sobre trocas do vocalista — primeiro Ozzy, depois Ronnie James Dio que pra fazer os fãs esquecerem do Ozzy criou aquele famoso símbolo de diabo com os dedos que até hoje todo mundo faz, copiando o que sua avó — e assim por diante.
Como viviam estupidamente drogados dentro e fora dos palcos. Quem assistiu o reality show do Ozzy percebe os efeitos disso tudo nele.
O livro expõe a chegada ao estrelado; a falta de grana por que o empresário afanava tudo (dava um carrinho chique e tudo o que cada membro desejava, mas ele cuidava e roubava a grana); a ascensão empurrada pelo público, já que a imprensa só queria saber dos queridinhos Beatles; o lance do Ozzy arrancar com a boca a cabeça de um morcego no palco (ele achava que era de plástico, mas afinal, o que pode esperar de alguém drogado?) e muito mais.
Hard.
É um sentimento estranho, como desmitificar um mito e torná-lo mais humano (eu nunca gostaria de ter lido, pois agora sempre que ouço Sabbath Bloody Sabbath, War Pigs, Paranoid, Iron Man e outras músicas, lembro deles catastroficamente drogados.
🙁
What got you here, won’t get you there
What got you here, won’t get you there é um livro do reconhecido autor, coach e tudo o mais Marshall Goldsmith.
O título, para quem conhece inglês, não poderia ser mais claro. “O que trouxe você aqui não o levará até lá”.
O saco é que a tradução para português saiu quase como uma zombaria: Reinventado o próprio sucesso e joga-o numa vala de banalidade
Pra quem é gerente de suporte, tá mais do que na cara: você era um baita técnico. Provavelmente por isso foi promovido a supervisor. Mas como diz o autor (e Peter Drucker também), agora são outras qualidades que farão você progredir na carreira. Ou você se antena, ou perde o bonde.
O autor apresenta uma lista de 20 hábitos que você precisa abandonar para que não lhe prejudiquem na ascensão na carreira.
Fatos como transmitir julgamento (ainda que pense que não está fazendo isso); começar frases com “não”, “mas” ou “entretanto”; dizer ao mundo como é esperto e inteligente; falar quando está com raiva; fazer comentários destrutivos; reclamar os créditos de um resultado quando não o merece; escolher favoritos dentro da equipe (mesmo que não queira, pode transparecer isso); não escutar e outros.
Como ele é coach também apresenta uma lista de comportamentos que podem lhe ajudar, desde que você os aprenda: como dar e receber feedback; pedir desculpas; ouvir; agradecer e…
Bom, vai ler, tchê!
The greatest minds of all times
Will Durant é um famoso filósofo, historiador e escritor norte-americano que já levou até o prêmio Pulitzer por uma de suas obras.
Escreveu A história da Civilização (onze volumes!!!); A história da Filosofia e vários outros títulos.
E numa brecha de tempo, fez este livro, The greatest minds of all times, registrando aqueles que considera os dez maiores pensadores (Confúncio, Platão, Aristóteles, São Tomás de Aquino, …), os dez maiores poetas, os heróis do mundo e assim por diante.
Ou seja, depois de escrever duas megaobras já citadas, ainda teve tempo de preparar um resumo pra gente e selecionou aquelas que considera as mais marcantes mentes na humanidade.
Jab, jab, jab, right hook
Jab, jab, jab, right hook — how to tell your story in a noise social World do Gary Waynerchuck é um baita livro para quem deseja fazer marketing nesse mundo de redes sociais.
Na boa, estou quase aposentando minha e-mailing list devido às sugestões dele.
Concorrentes: não leiam esse livro.
Ele é dez e mostra como as plataformas sociais são diferentes entre si, como devemos adequar nossa mensagem para cada uma delas, quando impulsionar uma mensagem no facebook, o que não fazer, a malandragem (e algoritmos) da maioria das ferramentas e assim por diante.
Uff… Meus olhos iam se arregalando na medida em que lia mais.
Minha mulher perguntou: “— Marido, o que há contigo?”.
Respondi: “— Revelações, mulher, revelações”.
Altamente recomendável para todos donos de empresa. E para gerentes de suporte que desejam influenciar os seguidores e usuários de sua empresa no facebook, twitter, youtube, istagram, blá-blá-blá.
How to measure anything – finding the value of intangibles in business
How to measure anything – finding the value of intangibles in business é o “crí¨me de la crí¨me” para quem chegou até o final deste artigo.
O livro do Douglas Hubbard é fantástico para quem se importa com métricas.
Seu início é bem simples e demostra que muitas vezes não precisamos de ferramenta alguma para ter uma noção de números.
Cita o caso do matemático Erastótenes que lá em 150 a.C. definiu a medida da circunferência da Terra com uma exatidão surpreendente apenas baseado na observação das sombras e distâncias entre cidades.
Em seguida, fala do Enrico Fermi que mostrou a seus alunos como calcular a quantidade de afinadores de pianos de Chicago apenas com base em estimativas. Ou seja, ele foi trabalhando com os alunos para reduzir a incerteza, o que é bem melhor do que incerteza total (o famoso “— Não tenho nem ideia”).
Depois de apresentar alguns exemplos clássicos, ele penetra no mundo das métricas, oferecendo ajuda tanto para o iniciante quanto para o mais avançado (a oportunidade de fazer download em seu site de uma série de planilhas estatísticas que colaboram na redução da incerteza).
Eu usei vários conceitos dele no meu Ensino A Distância que envolve Métricas para Help Desk e Service Desk.
Por que o grande lance das medições (e métricas) é reduzir as incertezas para os gestores possam tomar decisões (contratar mais gente, mudar escalas, demitir clientes e assim por diante).
Finishing
Pessoal, desculpe se a maioria dos livros é em inglês.
As traduções muitas vezes são danadas. Quando se trata de obra literária até não é tão caótico. Mas em livro técnico, se não foi escrito no idioma nativo, o tradutor tem que ser muito bom pra fazer acontecer.
Espero que possam selecionar uma ou duas delas para leitura durante o Carnaval.
Não citei também as obras do meu querido Ricardo Mansur, pois delas fiz registro especial cada vez que as recebi e não merecem estar embaralhadas entre outras tantas. O cara é fera e deve receber tratamento especial pelo seu empenho em compartilhar conhecimento conosco.
Abrazon
EL Co
PS: Opa… Quase me esqueço:
Fevereiro — curso em São Paulo e Belo Horizonte
Março — curso em Porto Alegre
Abril — Porto Alegre novamente
Maio — Santa Maria, interior do estado do Rio Grande do Sul
Junho — Rio de Janeiro
Clique aqui e conheça o calendário completo, detalhes, preços, etc.
Como sempre um exemplo de profissional a ser seguindo. Ainda tem tempo de ler coisas que não da área de TI e HD?
Força e Honra!
Fernando “Eagle” de Sousa
Neil Gaiman, Black Sabbath? Sou seu fã, Co!
Fernando,
Gente velha não cuida mais de filho criança, crediário (você nem conhece essa expressão, hein?) do carro, etc. Daà sobra tempo.
Renê,
Você leu o livro?
Abs
EL CO
Prezado Bob,
Parabéns pelas indicações de leitura. Elas são muito interessantes. Obrigado pelos vossos elogios. Não mereço tanto.
Salve, Mansur.
Devo retirar os elogios então se não merece tanto?
😉
Abs
EL CO
Prezado Bob,
Se achar que deve fazer
Não sabia que o Carlos Wizard tinha biografia. Já adicionei o livro na minha conta no Skoob.
Black Sabbat?! Além do baita profissional tu ainda tem bom gosto musical.
Grande abraço Cohen!
Thanks, Mateus!
Mas Black Sabbath foi uma coisa muito de momento.
E depois que impregna, ughs, não desgruda mais da gente, hahaha.
Abs
EL CO