Governo federal parece não entender o recado da população…
Ontem fui às ruas. Como boa parte de meus conhecidos. Aqueles que votaram contra Dilma; a favor de Dilma e assim por diante. Todo mundo de amarelo e verde. Não de vermelho.
À noite, assisti incrédulo o depoimento de dois ministros falando sobre o evento. Um mais sereno, o da Justiça. Outro — Rosseto —, como sempre, fazendo o habitual maniqueísmo de “eles versus nós”, “povo versus elite”, “Não é legítimo o golpismo, a intolerância” e essa amolação toda.
Caramba, eram famílias. Não vi sequer um político no meio (como nas manifestações de sexta-feira com as ostensivas bandeiras da CUT, etc.). Era gente de 80 anos e crianças de 8 anos indignadas com o momento atual. E não era clima de passeio, pois o calor grassava quase 35 graus (em Porto Alegre).
E lembrei-me de um sujeito no meio da passeata com um cartazinho escrito “Quem é John Galt?”.
A revolta de Atlas
Em maio de 2013 escrevi aqui uma sinopse do livro. E antes de tudo, é preciso fazer dois registros: um agradecimento ao meu amigo Kleber Boelter que me emprestou a obra. Segundo, não endosso todos os aspectos do romance (e já tive discussões homéricas com o referido amigo).
Qual a história?
Do que me lembro: ela se passa nos Estados Unidos. Um governo decide voltar suas ações ao social. Bacana. Vai baixando decretos atrás de decretos, cada vez mais malucos.
Encampa indústrias (Venezuela?), obriga fabricantes a terem um valor máximo de teto para seus produtos e vai minando a livre concorrência.
Alguns industriais, aos poucos, simplesmente desaparecem. As cidades começam a entrar em falência. Uma empresa produtora de gasolina tem seu preço sobretaxado e é obrigada a usar serviços de transporte que o governo ordena. Tudo para baixar o preço dos produtos. O sujeito quebra, mas antes põe fogo na sua refinaria e desaparece. Diz que batalhou e investiu a vida inteira e não a deixaria de mão beijada para quem nunca meteu a mão na massa.
Com o fim da livre concorrência, não há mais por que ser melhor que o seu competidor, por isso os produtos vão perdendo sua qualidade e gente começa a morrer devido a acidentes resultantes de peças vagabundas.
O discurso do governo segue dizendo que suas ações são todas pelo social. Pelo bem comum. Mas claro, é inegável que alguns cidadãos governamentais e seus preferidos da indústria vão se dando melhor que os outros.
A fase derradeira é lermos que a personagem que acompanhamos durante todo o livro — a responsável por uma ferrovia que corta o país de leste a oeste — vê sua empresa obrigada a transportar passageiros de maneira gratuita, mercadorias de maneira gratuita, aumentar salários dos funcionários (eles não conseguem comprar mais nada, pois a ausência da livre concorrência acabou com os preços baixos e até com a disponibilidade dos produtos) e… Não poder repassar os valores.
Claro, ela quebra. E então aparece John Galt e a leva a personagem para outro lugar.
Resumo
A desgraceira toda começa com uma argumentação populista do tipo “tudo pelo social”, o que é incontestável.
Mas aos poucos vai onerando cada vez mais as empresas, aumentando seus custos sem possibilidade de repasse e, obviamente, produzindo diminuição de desempenho, baixa produtividade e cabides de emprego no governo.
Havia cartazes na passeata que diziam “Socialismo acaba quando acaba o dinheiro dos outros”. Não vou nem falar da situação da saúde e educação, prioridades sociais de qualquer governo…
É uma obra de ficção. Cheia das ideologias da escritora. Não considera globalização, monopólios e outros aspectos.
Mas mostra como uma nação continental (qualquer semelhança com o Brasil é…) vê sua economia quebrar e sua população ficar assistindo imobilizada a tudo.
Ainda bem que 1,7 milhões não estão passivas.
Abraços, boa semana de trabalho.
EL CO
Prezado Bob,
Um dia os que dormem acordam. Espero que não seja tarde demais. O ajuste fiscal recessivo proposto corresponde a um valor menor do que foi gasto na copa e olimpÃadas. Cadê o lucro da copa? Onde estão os turistas?