Dicas de Michael Watkins para não se ferrar de cara
Hahaha, o se ferrar de cara da frase aí de cima é meu, não do referido autor.
Dedico o mês de dezembro para fazer descarte de coisas antigas aqui em casa. E encontrei uma coleção da revista HSM Management com 10 anos de idade mofando num canto e ocupando um espaço caro. Assim, antes de jogar fora dei uma bispada em alguns artigos e achei um interessante na edição de julho-agosto de 2005.
Os primeiros 90 dias põem à prova todos os gestores novos. Michael Watkins, especialista de Harvard, tem alguns conselhos para quem quer continuar em lua de mel com sua empresa é o subtítulo do artigo. Seguem as dicas dele de maneira ainda mais concisa do que estava no artigo. Aliás, o sujeito é o referido autor de Os primeiros 90 dias, nome bem sugestivo e que você encontra no site da Bookman.
Como estamos no final do ano, muita gente sendo desligada, pedindo demissão e indo trabalhar em outras empresas, seguem as dicas:
- Não isolar-se. Nada de bancar o bacana, ficar examinando métricas, etc. O lance é se integrar à empresa (não somente ao time de atendimento), passear pelos setores, apresentar-se e com isso acelerar o processo de aprendizado em relação à organização.
- Você não terá sempre “a” resposta. Quem não gosta do novo gestor, quer sacaneá-lo até nas mais miseráveis querelas e debates. E se o sujeito se mostrar arrogante (muita gente chama isso de “ter autoconfiança” ou “ser eficiente”) levará chumbo e receberá resistência da galera, inclusive daqueles que trabalham com o próprio e estão ali mais próximos no dia a dia.
- í€s vezes é preciso chacoalhar o time herdado. Não mudar algo errado (aquele sujeito que se recusa a registrar chamados, o outro que faz do seu próprio jeito, um processo ridículo e com pouca produtividade) é furada. E no fim (ou logo no início) é a imagem do novo gestor que está à mostra. Afinal todo mundo espera que ele dê um jeito no setor.
- Batalhar vitórias precoces, quick wins, sei lá como você chama… Uma boa equipe em descompasso com a estratégia da empresa precisa de um norte e chances para celebrar as recuperações de rumo. Descolar um curso para eles (de preferência comigo), reorganizar o método de atendimento, quebrar aquele “O outro gestor nunca quis mudar isso” e assim por diante ajuda bastante.
- Não assumir muitos compromissos. O estresse vem desses compromissos ou de quando são mal administrados. A sobrecarga mostra falta de planejamento e de prioridades. E pulso para dizer NÃO quando necessário. Identifique quais são as prioridades e discipline o time em busca delas. Obviamente os “velhos” que contrataram o gerente desejam milagres, hehe. E claro, tudo aquilo que você realizou no “canto das sereias” para ser contratado era sem conhecimento de causa, ou seja, de como estava o ambiente. Isso pode ser reformatado. Equilíbrio é seu guia.
- Desenvolver boas relações. Em qualquer lugar tem gente que não trabalha, mas tem bom papo. Engambela o gestor sem produzir nada. Tem gente que tem boa intenção, mas nada de informação e aqueles que enganam só pra manter o poder (quando fui gestor de suporte aos 24 anos passei por uma dessas: o cara mais antigo de 44 anos no suporte me enrolava seguido por que conhecia mais… Então um dia o demiti, haha).
- Atender aos colegas dentro da empresa e os elementos-chave fora. Fornecedores também são importantes. Nada de estrangulá-los, salvo se quiser encontrar uma armadilha ali adiante.
Abrazon
EL Cohen
Olá Cohen!
Ótimas dicas! Penso que uma das mais complexas tarefas de um novo gestor (tanto em cargo quanto em idade) é mudar a cultura de uma equipe “bombeiro” para algo pró-ativo.
Fora a conquista daquela confiança dos liderados e dos demais gestores.
Abraço