Muito conhecimento foi proporcionado aos 60 participantes do evento
Dia 08 de agosto passado o HDI reuniu algumas personalidades de peso de nossa comunidade de TI e colocou-as a debater aspectos importantes de governança de TI.
Na plateia mais de 60 gaúchos e desterrados ouvindo atentamente a cachoeira de conhecimentos.
A introdução
O gatilho da manhã foi mr. Givanildo Luz, diretor de infraestrutura da GetNet, compartilhando os métodos de organização de infraestrutura de TI durante os últimos anos dessa mega empresa.
Givanildo apresentou a Getnet. Uma empresa relativamente jovem, mas que operou 700 milhões (yeah) de transações eletrônicas no ano de 2012.
Eles oferecem esse tipo de serviço que você reconhece nas maquinetas vermelhas da maioria dos pontos de vendas que operam com cartões de crédito ou débito.
Disse que as pessoas são bem intencionadas e proativas e por isso mesmo precisam de governança de TI. Ele ingressou na empresa em 10 de janeiro de 2010. No dia 13 de janeiro, um técnico fez uma pequena intervenção de manutenção no banco de dados da empresa e deixou a mesma fora do ar durante 20 minutos no horário do meio-dia. Isso significou uma perda de dinheiro tenebrosa.
Além de prejudicar a imagem da empresa, pois o comerciante quando dá problema numa maquineta, pega a de outro fornecedor da gaveta e passa a usar esse, esquecendo a primeira. Até que dê outro problema com o novo fornecedor. Coisas do negócio que a gente TI não enxerga.
Usam o Qualitor e Nagios para controle das operações.
A importância da governança é tanta que certa circunstância a área comercial quis implantar um novo cliente no Data Center (que fica em Campo Bom/RS, sede da empresa) alguns dias antes dos dia dos pais. A governança vetou, o comercial foi até o presidente e esse… Concordou com a governança, negando o pedido. Existem certos períodos denominados freeze que não se faz nada em função de algum grande movimento comercial ocorrendo (véspera do Natal, Dia das Mães etc. que são períodos de nenhuma implantação, só operação).
Explicou que, depois dos escândalos de corrupção no exterior, a governança veio com força total, determinando que tudo deve estar documentado, quem faz o quê, etc.
Recomendou tomar cuidados com processos que funcionam nalgum lugar, pois na sua empresa pode não ser tão maravilhoso assim. Citou exemplos quando trabalhava na HP que lá um processo era fantástico, mas no Brasil precisava ser revisto.
Em geral, durante a implantação da governança, a empresa acha que estão sendo colocados controles e tirando a agilidade da mesma. Mas ao ver as perdas que acontecem por ausência dela – governança -, a coisa mudou e o “acho” vai para o espaço.
Citou o exemplo de um gerador de energia desejado para o Data Center e que custava R$ 500.000, mas que o financeiro desdenhou, pois tinha comprado um usado por R$ 80.000. Na primeira queda de energia (durou 4 horas a ausência dela), o gerador usado levou 3 horas apenas para entrar em funcionamento. Só isso justificou o investimento.
O Data Center da GetNet opera sempre a 25% de sua capacidade. Isso permite absorver novos clientes sem impactar o resto da operação.
Debates
Em seguida à apresentação do Givanildo, uma mesa com ele, mais Juliano Statdlober – diretor de tecnologia do Qualitor – e mais o César da Silva Telles – assessor de relações institucionais da Procergs -, passaram a discutir temas de governança.
E algumas diferenças de visão ficaram bem claras.
- César – adotamos as melhores práticas para a nossa realidade (a Procergs é a empresa de informática do estado do RS). E numa época em que ninguém queria ouvir falar disso, fugiam como o diabo da cruz (expressão minha, Cohen), armamos uma apresentação do coral para pegar o presidente um pouco antes e entregar a ele nosso plano de ação.
- Questão: a TI existe para manter a nota fiscal eletrônica funcionando, etc. e virar um centro de custo ou dar um diferencial competitivo, diminuindo o tempo de entrega dos produtos, etc.?
- César – tem que encantar…
- César e Juliano – o catálogo de serviços é o início de tudo para o usuário…
- Juliano – em geral, num restaurante, temos poucos atributos conhecidos dos serviços… Gostaria de saber quanto tempo levará a refeição para ser entregue, se terá música acompanhando, quanto custa serviços adicionais, etc.
- Givanildo: nos SLA de 95%, quando cai nesses 5% não atendidos o cliente fica p. da vida. Fechar o nível de atendimento com o cliente é um noivado, na primeira crise já dá confusão. E por isso é natural pessoas da área de negócio se tornarem “head” da TI.
- Indicador cumprido no prazo não é sinônimo de SLA. Você é pago para organizar as coisas de tal modo a não existirem incidentes.
- Givanildo – certas coisas são como seguro: a gente precisa investir sem saber se um dia irá usar. A falta de planejamento de contingência é uma economia ruim (lembrou o assunto do gerador de energia).
- Polêmica – Givalnildo diz que é preciso convencer a diretoria a investir e mostrar onde se perde dinheiro. Com isso garante os pila. Juliano comenta que existem empresas que tem orçamento para TI. Perguntou quantas empresas possuem gerador próprio de energia, apesar de saberem que setembro e outubro são épocas de temporais no sul e derrubam postes, consequentemente deixam as empresas sem energia.
- Givalnildo – para aprender, tem que apanhar.
- César – eu levava casos de sucesso para dentro da Procergs para que o pessoal visse que à luz dos outros era possível fazer. Antes, infelizmente, fazíamos comparações com nosso passado e não com cases de sucesso que tinha chegado lá.
- César – no passado, havia gente que tinha o servidor de um determinado sistema debaixo da sua própria mesa e fazê-lo a abrir mão disso para levar o equipamento ao Data Center foi complicado, pois o sujeito era literalmente “dono” do equipamento.
Não percam os próximos eventos. Custa 1 kg de alimento e o ganho é excepcional.
Abs
EL CO