Literatura lida em janeiro e fevereiro de 2013

Compartilhando opinião com os amigos

Depois que comprei o Kobo passei a ser um voraz leitor digital.

Sempre tentei ler no computador, mas as distrações eram muitas (email, web site, Skype etc.). No notebook a mesma coisa, com o transtorno de aquecer as pernas, caso estivesse lendo no quarto (compreenda-se cama).

Anyway, aqui vão minhas opiniões dos livros lidos durante o primeiro bimestre de 2013 (todas as capas foram copiadas do site da Livraria Cultura, meu esteio tradicional e onde comprei o Kobo):

A biografia de Steve Jobs

a biografia de steve jobs

Bom, lá estava aquele livro de 600 e tantas páginas sobre a cabeceira da minha filha psiquiatra. Há meses. Então resolvi ler.

Esse tal de Walter Issacson foi convocado pelo Steve a escrever a sua vida. Como quisesse.

Se é verdade eu não sei, mas o autor aborda – com certeza – os lados bons e ruins da fera. Tanto ele – Steve – quanto Bill Gates eram legí­timos ladrões. Roubaram a ideia da interface gráfica da Xerox. Steve roubou a ideia do iPod de um concorrente: a diferença é que esse não conseguia miniaturizar o MP3-player, enquanto a rainha da miniaturização – Sony – ainda vendia seu Discman. Mas quando escrevo roubar é um elogio, por que conseguiram transformar um conceito nalgo prático para o mercado, situação que os outros não imaginavam utilidade.

Steve era um sujeito teimoso pra caramba. Até o fim da vida foi vegetariano. E achava que comer maçãs evitava a necessidade de tomar banhos. Era estúpido e agressivo com os funcionários de uma forma assombrosa. Fosse no Brasil, teria levado milhares de processos. Porém, raros deles o processaram, por que achavam que seu estilo era um empurrão (estí­mulo) para ir sempre mais e mais.

O que aprendi: PAIXÃO. Tem que ter tesão pelo que se faz. É preciso se dedicar. Ser detalhista pra que o produto final ao cliente seja o mais estupendo possí­vel. Para que este considere que vale a pena pagar mais para ter algo claramente superior em qualidade.

Faça Como Steve Jobs e Realize Apresentações

faça como steve jobsO livro de Carmine Gallo é uma dissecação do estilo “Steve Jobs” de realizar apresentações. O qual, segundo muitos, foi o melhor de todos os tempos (não estou considerando polí­ticos que estão mais para discursos do que venda de ideias – se bem que  alguns fazem isso).

A obra tem 250 páginas e é bem estruturada, bem ao gosto do pessoal técnico, pois contempla marcadores (coisa que Steve jamais usou em seus slides), enumerações e regras a seguir. Cheio de exemplos, incluindo aqueles que não funcionam, hehe.

Do aprendizado:

Planejar a apresentação em analógico; questionar-se periodicamente, como se fosse um espectador: por que vale a pensa prestar atenção a esse cara; criar slogans que sejam fáceis para decorar (“iPod – leve mil músicas em seu bolso”); introduzir um antagonista (em certa época era a IBM, depois a Microsoft, Dell e assim por diante); lembrar que a cada 10 minutos é preciso fazer algo diferente; surpreender com um momento inesquecí­vel; fazer parecer fácil; divertir-se; refinar, ensaiar e ensaiar.

Arnold Schwazenegger, a Inacreditável História da Minha Vida

arnold schwarzenegger“- Pra que vai ler isso?”, perguntou minha mulher, “- São quase 600 páginas!”.

E a resposta: pense nalguém que veio do interior da Áustria, fisiculturista, casou com uma pessoa da famí­lia Kennedy (elite da elite), ganhou cidadania norte-americana, faturou milhões atuando como personagens de filmes (apesar de eu achar que o cara continua horrí­vel como ator) e ainda por cima foi eleito DUAS vezes governador da Califórnia, o estado mais rico dos Estados Unidos?

Sem comentários, nem respostas, haha.

O livro é extenso e detalhista. Por sorte, não foi ele quem escreveu, mas um quase-ghost writer. O que pega mesmo é a determinação do “Oak” (carvalho, seu apelido). Também, pra ficar grande daquele jeito e malhar duas vezes por dia durante duas horas cada sessão, o cara tinha que ser mesmo insano. E essa determinação ajudou na hora de definir objetivos e caçá-los com vontade.

Ao final do livro ele apresenta sua cartilha de sucesso, onde constam coisas como “transforme suas desvantagens em vantagens“; quando alguém lhe disser não, ouça um sim (parecido com Steve Jobs que sempre rejeitava um “não dá pra fazer”); não importa o que você faça, vender é parte do negócio; esqueça o plano B; repetir, repetir, repetir (parece algo igual ao Steve Jobs); não culpe seus pais (essa é boa, o pai dele era fodão e Arnold acredita que isso o fez sair da Áustria e migrar aos Estados Unidos o que, no final das contas, foi bom); mudar exige coragem e finalmente, seja ávido.

Inside Steve’s Brain

inside steve's brainJá que estava no clima do Jobs, fui ler mais esse. É menorzinho que a biografia oficial, tem 200 páginas e algumas. Daí­ que o autor não descreve cada espirro que o Steve dava, mas segue a mesma linha da biografia, apresentando os highlights e sacadas do fundador da Apple.

Uma coisa que percebi é que se prende menos aos podres dele, nem à vida pessoal. Vai logo no aspecto profissional. Isso é bom, mas a biografia tem o mérito de desmanchar uma certa idealização que as pessoas fazem de celebridades.

Ao final de cada capí­tulo, “lições” a aprender com Jobs, hehe. O problema de aprender com elas é que existe a necessidade de discuti-las. Muitas vezes, o que funciona lá, não funciona por aqui. Acho que já citei acima, mas os esporros xingões pessoais não calhariam nas empresas (ainda mais com toda essa legislação cada vez mais crescente de proteção ao funcionário… Ou geração de processos).

 

 

Inércia – Geração Y no Limite do Tédio

inércia - geração y no limite do tédio Geração Y sempre me chama atenção. O livro é pequeno, tem umas cem páginas e foi escrito pela Melissa de Miranda. Puxa, durante a leitura eu tive quase certeza que o mesmo era uma transformação de tese de conclusão de curso para livro. Posso estar enganado, mas tem todo o jeito, hehe.

Trata-se de um conjunto de entrevistas com jovens na faixa de 13 a 25 anos. Rolam temas como drogas – para sair do tédio e fazer alguma coisa diferente –; a internet que traz tudo na palma da mão (no smartphone mesmo); o consumismo que resulta do imediatismo; “nada é divertido se ninguém ficar sabendo” o que leva ao exibicionismo no facebook etc..

De certa maneira, leitura hard-core.

Por que não se trata de julgamentos – apesar da autora tentar dar algumas explicações -, mas de entrevistas mesmo. E é duro se colocar na pele dessa gurizada (não é o caso de concordar ou não, mas se sentir como eles) e perceber os caminhos que tomam (uma menina tem seis amigos com quem faz sexo regularmente; nenhum é namorado por que senão estraga o esquema e é obrigada a ficar “presa” a um relacionamento).

Claro que autora escolheu os textos  e de alguma forma tem seu “eu” aí­, mas, anyway, são relatos de gente da Geração Y. Querendo ser alguém, tentando sair da mesmice, buscando um sentido para a vida, ainda que através das drogas, sexo casual ou voyerismo ao contrário, hehe.

 

Cinquenta Tons de Cinza

cinquenta tons de cinzaO que fez tantas e tantas mulheres lerem esse livro? Se você é homem, você sabe? Você critica, mas leu a obra para saber ou apenas das sinopses?

Eu li. Acho que sou um dos poucos homens.

E arrisco dizer.

Trata-se de um cara multimilionário, jovem e atlético. Ou seja, o princí­pe que vive em todas as fantasias femininas. Nas fantasias masculinas, o que habita é uma vadia sem-vergonha gostosa pra caralho caramba dando em cima da gente.

Mas no imaginário das mulheres, é aquele cara que, antes dos 30 anos, pilota helicóptero, tem lancha, apartamento do tamanho de um palácio, manda em todo mundo,  e é vidrado em você – uma mulher simples – e por isso lhe dá um Audi excepcional, além de pagar todas as roupas que deseja comprar.

A maioria já deve saber, mas essas 405 páginas são as primeiras de uma trilogia que envolve esse livro – Cinquenta tons de cinza -, Cinquenta tons mais escuros e Cinquenta tons de liberdade. O sobrenome do personagem principal é Grey (cinza em inglês). Nada subliminar. A fantasia masculina geralmente é visual – preferimos ver logo o filme pornô -, mas a das mulheres é mais romântica, por isso ler e imaginar parece ser mais interessante (eu acho, haha) para elas.

O diacho é, depois da leitura, fico a pensar numa mulher que olha para o lado e vê o sujeito com quem casou: pançudo, sem helicóptero, mal de grana, cerveja na mão em vez de flores e ainda por cima tirando nhaca do nariz.

Rá, ao menos, as mulheres tem o livro 😉

E os machos, bom, leia e apimente a sua relação com as estripulias do Grey (se é que sua esposa / namorada / noiva) vai gostar…

 

Route 66: Traveler’s Guide and Roadsite Companion

route 66 traveler's guideLer essa obra faz parte do meu projeto “Rota 66 em 2014”. Quero passar 14 dias motocando de Chicago a Los Angeles. Passar por lugares como Illinois, Texas, Arizona, Grand Canyon, Las Vegas, Novo México, o cemitério de Cadillacs, Bagdá Café e mais trocentos lugares que assisti apenas nos filmes.

Esse livro impresso veio direto da Amazon, pois não daria para ver os seus mapas no Kobo. Ao menos, não com a qualidade que desejo. Além do quê, é para ser uma espécie de livro de bolso. O engraçado é que ele foi escrito antes do advento do GPS, por isso detalha cada curva, cada conversão que deve ser feita para evitar que o “turista” se perca no trajeto. Isso, de certa forma, incha as 224 páginas que poderiam ser bem menos, hehe.

O autor é o Tom Snyder.

 

 Time de suporte da Kobo é “contestável”

Uma das coisas que me aborreceu em minha nova experiência com eReader foi o fato do pessoal da Kobo informar que não tem existe forma de salvar meus “sublinhados”.

Fuçando na internet, descobri que o Kobo usa uma versão de banco de dados chamada SQLite. Baixei gratuitamente um browser e um exportador de dados e tenho usado o seguinte comando SQL para salvar meus sublinhados:

select startcontainerpath, replace(text, x’0d0a0d0a’, x’0d0a’) as texto from bookmark where volumeid like “%nome do autor%” and text <> “”  order by datemodified

Se voce não manja do comando acima, não me pergunte. Se sabe, então aproveite a deixa, hehe. Do arquivo CSV gerado, importo para o Excel e depois Word.

Duas outras insatisfações com o Kobo Touch

PRIMEIRA – Ele tem muitas dificuldades para marcar texto. Como é touch, bastaria pressionar a primeira palavra e mover o dedo até a última. Ughs, tem horas que ele volta cinco delas, ou para na linha de cima ou de baixo. Ou desmarca o iní­cio e assim vai. É uma coisa ridí­cula, parkinsoniana, pois hoje em dia com a precisão desses mecanismos touch, chega a ser infame eu gastar dois minutos marcando texto.

SEGUNDA – Outro resmungo que tenho é em relação ao cartão extra de memória. Que desisti de usar. Volta e meia, quando o Kobo sai de modo desligado para ligado, ele dá um “boot”. E não reconhece o minicard, pedindo para formatá-lo. Já fiz isso umas trocentas vezes, até descobrir que o Kobo é meio burrão mesmo, pois o computador sempre reconhece o mesmo, inclusive no formato recomendado pelo Kobo (Fat32).

Conclusões

eReader é bom. É o futuro. Viajar, levar cinco livros com você sem maltratar a coluna é outro mundo. Minha tia, bibliotecária aposentada, matou a charada: o texto continua, só muda a mí­dia.

Esse touch da Kobo tem que melhorar para ficar legal de usar. Aliás, chega a ser infame algumas coisas. Como aumentar ou diminuir o fonte. O movimento de pinça no iPhone, iPad, Galaxy etc. poderia servir para isso. No Kobo esse procedimento resulta em… nada. Sem falar nessa frescura de não poder exportar os sublinhados através de uma interface amigável (olha só, em 2013, século XXI, implorando por isso). O Kindle faz isso e gera os sublinhados bem bonitos dentro do site da Amazon.

Os preços de livros ainda são caros. E não dá pra emprestar livro digital, mas parece que a Amazon patenteou algo assim, do tipo, repassar até 5 vezes um livro comprado. Hoje tem que ser na base do “- Me dá teu Kobo que te empresto o meu.”

Fim do mundo. Se os livros custassem R$ 5,00 ninguém jamais se daria ao trabalho de pensar em qualquer outra hipótese que não fosse comprar direto o livro no site da livraria.

Semana que vem, em Sampa, bros. Ainda tem vagas no curso de Gestão de Suporte Técnico para Porto Alegre.

E o curso de Quaizer em Porto Alegre? Já com quatro das 10 vagas preenchidas, uau!

Abrazon

EL CO

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