Livro Os senhores da gestão

Livro de Adrian Wooldridge tem a coragem de explicar o submundo dos gurus de negócios

os senhores da gestão

Você é um gestor? Acompanhe com atenção.

Quem lê bastante sobre gestão de negócios geralmente fica num mato sem cachorro. Uma obra recomenda controlar firmemente números etc. para não se perder a direção do mesmo. Outra sugere que o importante é ser flexí­vel para estar aberto às novidades, novos tempos, mudanças abruptas do mercado etc.

E, no final das contas, ficamos num impasse.

Leia abaixo alguns trechos do livro Os senhores da gestão, como os gurus de negócios e suas ideias mudaram o mundo para melhor (e pior).

Excertos

  • A Business Week revelou que uma das principais empresas de reengenharia estava envolvida em um esquema para colocar um de seus livros na lista dos mais vendidos através da compra de milhares de exemplares e do armazenamento deles em carretas.
  • Nós observamos como as mesmas ideias se mantêm recorrentes – principalmente o debate entre técnicas rí­gidas de administração, que normalmente visam economizar dinheiro (e muitas vezes envolvem demitir pessoas), e as técnicas suaves que buscam explorar os talentos e as oportunidades.
  • Os gurus em si são apenas a ponta mais visí­vel do iceberg muito maior da administração, que incorpora escolas de negócios, consultorias de administração e grande parte da imprensa de negócios.
  • contraditórioPara cada teoria arrastando as empresas em uma direção, há duas outras teorias arrastando-as noutra direção. Em um momento, os gurus estão pregando a gestão da qualidade total, salientando a importância de se verificar a qualidade e reduzir os defeitos; no momento seguinte, eles estão insistindo que o importante é a velocidade (o que significa ser um pouco menos diligente sobre verificar a qualidade) ou a inovação (o que significa ter coragem para cometer erros). Em um momento, eles dizem que a cultura da empresa é que está dando vantagem e que, quanto mais distintiva, melhor; no momento seguinte, eles estão ordenando que as empresas se tornem “multiculturais” para poder espelhar o restante da sociedade. (…)
    Em um momento, as empresas estão sendo aconselhadas a fazer “uma reengenharia” (o que muitas vezes é uma forma educada de dizer “livre-se dos preguiçosos”), e no momento seguinte lhes é dito sobre a importância de serem socialmente responsáveis.
  • A administração cientí­fica se baseia na ideia de que o trabalhador médio é um inútil preguiçoso que só se redime pela ganância. O trabalho do gestor é dividir as atividades em suas partes componentes para que mesmo as pessoas mais estúpidas consigam executá-las e projetar sistemas de incentivo para que até os mais preguiçosos procurem se esforçar. A administração humanista, por outro lado, se baseia na ideia de que o trabalhador médio é uma figura prometeica: inteligente, criativo e que motiva a si próprio.
  • A importância do modismo: a prevalência do medo e da ambição entre os consumidores de ideias administrativas significa que o mercado sempre será instável. E a instabilidade do mundo dos negócios significa que as empresas estarão sempre enfrentando novos problemas e buscando novas soluções.

Admirável

O que achei surpreendente na obra é que ela caceteia todo mundo, desde Peter Drucker (foto abaixo), Tom Peters, Feldman (o mundo é plano), as caudas são longas etc.

Mas não com vulgaridade; com inteligência. Com argumentos. Com competência. E não só malha, mas também elogia autores e gurus.

drucker

E ele não fica nisso. Aproveita e sugere ideias e caminhos para um gestor.

Tá de férias? Compre. E leia, claro.

Smack

EL CO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *