Qual o maior problema no atendimento aos usuários e clientes?
Durante todo esse ano perguntei essa questão aos meus alunos.
As respostas foram variadas, mas não passam – no seu miúdo leque – de 5 ou 8 motivos. Então decidi esmiuçar e promover o debate (se você se manifestar, caso contrário vira o tradicional monólogo) sobre o tema.
Vejo meus pares discutindo coisas abstratas, promovendo cálculos matemáticos e me sinto um schmok. Vejo a magnitude e imponência de temas como disponibilidade, CMDB e outros.
Olho para minha realidade e, puxa, parece que o barco partiu e me deixou no porto. Assim, vou descrever o que assisto no meu dia a dia e se você vier comigo, falaremos do feijão com arroz para poder, mais tarde, progredir ao churrasco (uebaaaa).
1. O maior problema é o USB
USB é o acrônimo de Usuário Super Burro.
Uma afirmação sempre presente.
Ele não sabe se expressar. Não sabe o que quer. Não identifica corretamente o erro que enfrenta. Não sabe o que necessita. Aliás, é preciso repetir a ele 30 vezes a mesma coisa.
Dá raiva. í€s vezes, dá dó (mas bem raras vezes).
Com isso, toma nosso tempo. Dilata aquele que poderia ser um rápido atendimento, comendo nossa disponibilidade para outras atividades. É um saco lidar com isso, ainda mais quando algo desafiador é obrigado a ser posto de lado por uma interrupção dessas.
Ah, isso quando não se embrulha em expressar mensagens de erro em inglês etc. (mas isso a gente até perdoa, pois nem a gente sabe inglês muito bem mesmo. Mas não diga isso a ele!!!).
Analista de Service Desk, acorde!
OK, se o seu gestor não lhe explicou isso (às vezes acontece), eu mesmo faço:
Essa é sua profissão!!
Sua atividade preenche uma necessidade de mercado que é atender os problemas e dificuldades que a tecnologia apresenta para o pessoal que a utiliza.
Yeah, se o mundo fosse lindo, maravilhoso e perfeito você não teria emprego.
Pra quê se tudo se conecta de maneira divina, se os utilizadores sabem como fazer e resolver tudo de maneira imediata e precisa? O que seria de você?
Então, antes de tudo, isso é a sua profissão. Não dá pra ser marujo sem entrar com o barco no mar. Não dá pra pilotar aviões de maneira profissional sem se arriscar nos ares desse mundão. É algo inerente ao seu ofício.
More, more
Usuários geralmente desconhecem tecnologia. Nem mesmo a Geração Y sabe tudo. Nossos clientes sabem de contabilidade, finanças, despacho de caminhões, conserto de carros etc.
Como é que você pode perguntar à minha mãe, uma senhora de 73 anos, qual o problema que o carro dela apresenta? Acaso ela manja de mecânica para lhe informar precisamente que a válvula de admissão do motor está desregulada? Quem sabe é o mecânico, nem adianta perguntar.
Um profissional de suporte, assim como um médico, deve realizar o tradicional diagnóstico:
Tem febre? Sente dores nas costas? Deixa ver a garganta. Tem tosse? Engasga?
Qual o paciente que chegará no médico reclamando de “– Doutor, estou com um velamento parcial dos seios da face“?
ASSUMA sua posição, brother.
É você o responsável pela comunicação.
Um médico não aborda uma criança que reclama de dor no ouvido perguntando a ela o motivo disso? Não tem como. Nossos usuários não manjam de tecnologia. Por isso é que ocupamos esse espaço no mercado de oportunidades profissionais.
Combinados?
Semana que vem tem mais um “Pés no Chão”.
Estude o tema. Você se tornará um profissional melhor. E, por isso, mais cobiçado e de$ejado pelas empresas.
Smack
EL Co
Caro El Co,
Acredito que cada vez menos o papel do Service Desk e de seus analistas será o de: “atender os problemas e dificuldades que a tecnologia apresenta para o pessoal que a utiliza.”
É fato que atualmente mais de 50% das demandas de um Service Desk são requisições de serviços, eliminado a questão da dificuldade, substituindo por auxilio nos processo e polÃticas da empresa.
Cabe ao gestor encontrar formas de simplificar e facilitar a vida do usuário, criando um serviço para o usuário e não para cientistas com termos e controles que não geram valor ao princÃpio pelo qual o Service Desk existe: Permitir ao usuário trabalhar!
Abraços!
Carlo Fernando Mefos Baldin,
Eu acho que você confunde (polemizar tá no sangue, haha) o Service Desk com a TI.
Acho que essa segunda deve se planejar para facilitar a vida do usuário-final ao máximo, desde o design dos softwares até as coisas de background que ele nem imagina que existam, como dois geradores de energia para manter a disponibilidade do sistema, mas…
O Service Desk, em minha humilde opinião, sempre vai lidar com o desespero, o pânico, a insatisfação, o “- Me ajuda, pelo Amor de Deus” e assim por diante.
Mas concordo com você que a TI pode manobrar suas atividades. Mas o que a TAM está fazendo conosco nos check-in’s, PQP, isso só serve pra eles, não para nós, usuários-finais.
Smack
EL CO
+ É ‘fato que 73,96159753145%’ de usuários/funcionários não leem as polÃticas da empresa, não fazem treinamento adequado das ferramentas e tecnologias e não se preocupam em ler dicas, truques e guias de uso dos softwares que utilizam.
+Em geral o aprendizado é empÃrico, transmitido de um usuário ‘mais experiente’, e/ou o cara que está de saÃda e ensinando o trabalho a outro. Turnovers nas alturas ajudam na montagem do tenebroso cenário…
+ ‘Vamos existir’ até que exista treinamento, base de conhecimento, cultura de ‘self-help’, softwares mais estáveis, etc, etc… ou seja, eternamente.
Hehehehe…
Concordo plenamente, Fabio.
EL CO
Nossa, eu sempre digo essa frase (ou parecida):
“Estamos aqui pra resolver problemas, se não gosta de reclamação precisa repensar a carreira”.
Seus textos são sempre ótimos, é uma marretada na cabeça.
Abraços,
Willyan C. Goulart