Os debates de nossa comunidade definham cada vez mais…
Há 10 anos ou mais eu discutia com amigos como a comunidade de Help Desk, Service Desk e suporte técnico é acanhada no debate sobre nossas metodologias. Havíamos criado um fórum na internet e pouca gente participava. Na época, creditamos à nossa incompetência em mobilizar a turma.
Porém, neste ano de 2012 perdemos dois ambientes para a discussão de ideias: a lista de Discussões ISTMF_BR no Yahoo Groups se foi pras cucuias em março desse ano. E há poucos dias, conforme noticiado aqui, o web site “ITIL na Prática” idem.
Yeah, yeah, talvez os debates estejam migrando para as redes sociais. Talvez a nova geração ache mais nativo a discussão no Linkedin, no Twitter ou Facebook.
Duvido.
Duvido que esteja acontecendo essa migração.
Eu não vejo esses “debates” acontecendo em outras mídias.
Não na concepção que tenho, de argumentos, contra-argumentos, questionamentos etc.
Aquelas pendengas entre Mansur, Cohen, Rui, Minarelli, Jarlei, Baldin e outros.
Percebo apenas alguém lançar uma notícia, outro redarguir com um trecho de livro e… Putz, uma coisa estéril, com gosto de plástico ou isopor (yeah, temos dois sabores!) e mais nada.
O que acontece?
- Seria isso sinal dos tempos? Que o imediatismo que grassa entre todos, os impede de “perderem” tempo discutindo temas de nosso cotidiano?
- Que a qualificação dos profissionais de suporte está tão rasa, ou absurdamente voltada para a questão técnica, que eles não conseguem ir além do que está escrito nos livros e apostilas de cursos?
- O complexo de vira-lata faz com que a maioria se ache tão ruim no assunto, que evita debater para não se “queimar” ou expor sua incompetência?
- Que o tema já é tão sabido por todos, como 1 + 1 = 2, que não temos mais o que conversar, questionar ou discutir?
- Seria um reflexo de nosso ensino médio e universitário que, em sua maioria esmagadora, não exige “o pensar” dos alunos, adotando um aprendizado pedagógico em vez de andragógico?
- A grana anda curta e todo mundo está ralando para conseguir uns pila e se garantir?
Essa acomodação não promove, de certo modo, a “tirania do conhecimento“?
Hummm…
Comunidade, vamos nos mexer…
Smack
EL Cohen
Cohen,
Bem levantada a questão, pois venho buscando material na NET sobre nosso ofÃcio e sinto que é bem fraco. O seu blog é meio que um Oásis no deserto 😛
Vejo que o LinkedIN de fato tem tomado um espaço grande, mas mesmo nos grupos (na maioria gringos) onde tem +1000,+2000 seguidores, apenas uma dúzia se mobiliza com frequência, trazendo dúvidas, estudos de caso, experiências.. o resto é bem passivo e só está lá para preencher o perfil online do Curriculo, pra caso ocorra uma eventualidade de ficar desempregado enviar ‘resumes’ a torto e direito… enfim.. as mÃdias sociais estão aà e vale a tentativa, mas devemos sempre estimular as discussões e seu blog é nota 10 nisso. Parabéns.
Vou tentar trazer mais gente pra mesa também. Abraço,
Fábio
Cohen,
Muito bom este texto, reflete perfeitamente a realidade que estamos enfrentando.
Os motores de busca e redes sociais fazem com que tudo o que escrevemos aqui ou lá, sejam praticamente eternizados (além de setornar de patrimonio público). Desta forma, vejo duas situações:
1. Receio de vincular seu nome (o que escrevemos nas mÃdias sociais é publico, sua mãe ou seu chefe vê) a algo que não é de total dominio. Medo de demonstrar fraqueza e insegurança em determinado assunto e bla bla bla;
2. Facilidade no acesso a informação. Há 5 ou 10 anos atras não tinhamos acesso a grande quantidade de documentos e publicações como temos hoje. O Google nos tras o que queremos, e somado a escasses do tempo, torna-se preguisoso iniciar o debate;
O mais interessante, é que quando fazemos buscas de determinado assunto, vimos a maioria dos posts em grupos, foruns e etc com datas anteriores a 2006…2005.
Isso reflete também em projetos opensource. Estamos vendo de forma crescente essa contribuição e grandes projetos acabando.
Enfim, nova geração vem aÃ, e pelo jeito são mais “introspectivos”. rsrs
Obrigado pelo artigo e pelas suas contribuições!
Cohen,
Bastante pertinente este artigo.
Concordo com você sobre as pessoas terem receio de se expor. Mas acrescento que além disso, há também um certo protecionismo dos mais experientes. Quem não sabe não quer se arriscar, e quem sabe não quer que os outros saibam. Pelo menos é essa a minha impressão.
Agora me diz, como é que se evolui em um cenário de mesmisse desses? Complicado, bro.
Abrazon
Bem, se é para discordar então discordo de tudo que você escreveu! 😉
Brincadeiras a parte, acredito que o empacotamento de livros e cursos é foco em estar compliance tolha a inovação nas empresas… Temos que focar mais em convesar sobre novas práticas, rupturas de modelo e não discursar sobre conceitos já estabelecidos. Eu acho que o papo sobre conceitos acabou por falta de assunto mesmo… Hehehe
Prezado Bob,
As listas nacionais morreram por falta de atualização do conteúdo. Ainda é comum enormes discussões sobre assuntos mortos e enterrados como certificação e pejotização. Os profissionais gabaritados fugiram das inconsistências.
Brothers,
Bruno, OK que o google oferece uma montanha de informações. Mas você consegue encontrar nelas alguma coisa que seja clara e fácil de entender como, por exemplo, um catálogo de serviços?
Renê, mas todo mundo tem medo? Ninguém tem coragem?
Baldin, tá, novas práticas e tal. Mas nem as velhas o pessoal domina!!!
Mansur, você fala, obviamente, sob sua ótica, o que é natural. Mas os novatos e que abordam suporte pelas suas primeiras vezes, não tem essa tarimba toda. E onde eles podem esclarecer suas dúvidas?
Alguma coisa me escapa…
Abrazon
EL CO