Gestor e sua equipe devem medir os riscos quando chegar a hora de decidir pela compra de um produto ou desenvolvimento in-house
O mercado nacional oferece uma profusão de softwares para gerenciamento das atividades de suporte técnico. Isso sem contabilizar produtos estrangeiros; outros que são adaptados, vindos de Call Center e ambientes similares; até o alçapão final que é a boa e velha planilha eletrônica.
Sempre comento nos cursos de gestão de suporte: a decisão que o gestor (auxiliado por sua equipe) precisa tomar nunca é baseada na melhor relação custo-benefício ou em vantagens x desvantagens etc.
A decisão sempre recai sobre…
Quais são os riscos?
- Quais os riscos de nada usarmos?
- Ou de usarmos uma solução open source, como o Ocomon ou GLPI?
- Um bem simples e baratinho no mercado?
- Um entry e middle level como Fireman?
- Algo mais completo (e complexo) como o Qualitor, Relativa ou Automidia?
- Um mais poderoso como a suíte do Trauma Zero?
- Ou “às ganhas” mesmo, com custos bem superiores, como aqueles que pagam para ter o selo da Pink Elephant?
- Ou desenvolvermos em casa e fazer algo bem adaptado à nossa realidade, mas que nos comerá recursos?
Essa não é uma dúvida nova
E não se trata de orçamento curto, quero deixar claro (ao menos, neste artigo).
A maioria das empresas em crescimento (extrapolando agora o assunto suporte técnico) se depara com algo parecido: comprar um concorrente que já tem o que desejamos ou desenvolver em casa essa tecnologia?
Os exemplos de empresas que compram outras existem aos milhares, inclusive na nossa área, onde a fome da CA parece que passou, mas a da Totvs segue crescendo enormemente…
Joan Magretta, no livro que recomendei em artigo anterior (O que é gerenciar e administrar):
Quando você mesmo faz alguma coisa, utilizando seus próprios recursos e empregados, você tem mais controle. Isso resolve um dos problemas fundamentais da organização: como coordenar os recursos e as pessoas dos quais você depende para realizar seu trabalho.
Mais adiante ela complementa:
Mas enquanto você resolve o problema da coordenação, afasta-se de um problema de igual importância para a organização, o problema da motivação. Para que uma organização tenha bom desempenho, cada participante deve estar motivado a dar o melhor de si. (…) Com a propriedade, você perde o poderoso incentivo da sua posição no mercado: o limite nervoso que mantém tensos os fornecedores (e autônomos) bem a seu alcance.
Resumindo: você detém o controle se faz em casa. E adapta o produto exatamente como deseja.
Por outro lado, se contrata um produto feito fora de casa sabe que fornecedores externos são pressionados pela concorrência. E por você. E precisam ter asas para atender bem. E isso é perdido quando se desenvolve o produto em casa.
É claro, se você é uma empresa como a Constat que presta serviços de infraestrutura e ainda por cima pode desenvolver (e comercializar) seu produto, o Qualitor, vale a pena.
Contudo, apesar do produto ser completo, não é raro ficar-se entre a cruz e a espada, pois…
O software não roda em Oracle, o que explica – de certa maneira – a exposição do segundo parágrafo da Joan: o mercado pressiona para que o produto rode em múltiplas plataformas de bancos de dados.
(Ae Donald, Juliano e time Qualitor: perdoem por usá-los como exemplo, mas quem tem “bala na agulha” como vocês, não se micha por pouca coisa).
O fato é que se você cresce bastante, pode desenvolver em casa, pois tem economia de escala para distribuir as despesas por vários outros setores e projetos.
O ressurgimento da GM com Sloan foi mais ou menos assim.
Enquanto Ford trabalhava com linha de produção e não sacou que uma hora o pessoal ia cansar do Modelo T, Sloan manteve várias fábricas diferentes (compartilhando certas facilidades e departamentos entre elas) e produzindo veículos diferentes, atendendo a um novo mercado emergente.
Conclusão
Se você é grande, talvez valha a pena desenvolver em casa e fazer um rateio das despesas.
Se você é uma empresa pequena ou média, esqueça.
Cuide do objetivo fim do seu negócio. Irá consumir recursos internos além de nunca alcançar o nível de tecnologia de um fornecedor. Trate de selecionar um produto de mercado, pressionando o fabricante para entregar (quase) tudo aquilo que você deseja.
Quanto a questões de orçamento, fica meu testemunho que existem preços para todos os bolsos.
Mas lembre-se que um gestor sempre lida com o RISCO.
Como por exemplo, “– O que acontece se eu comprar algo muito barato?”
Abraços,
El Cohen
Tudo Bom!
Este é um tema muito delicado, portanto gostaria de colocar a seguinte dica sobre este assunto.
Busque os produtos (softwares/sistemas) ofertados no mercado e faça um trabalho de comparação entre o seu processo e os produtos encontrados. Caso não seja encontrado nenhum produto (software/sistema) que tenha aderência de 65% ou mais a seus processos o recomendável é então contratar um serviço de desenvolvimento de software sob medida ou desenvolvimento de sistema sob encomenda.
Este trecho faz parte de um artigo sobre como implantar softwares que é outro tema complicado, quem quiser ler na integra segue o link:
http://www.nvi.com.br/novo/produto.asp?categoria_id=61
Muito Obrigado,
Diego