Isso é o que vejo em nosso mercado profissional.
O mote para escrever esse artigo veio concomitante de duas situações:
- Um amigo de São Paulo avisou que certificou-se em COBIT. No caso dele, sei que foi pelo empenho em estudar e nem tanto pelo certificado em si.
- Um RSS do blog do Olavo de Carvalho. Leiam o exceto do artigo dele e vejam se não tem relação com essa enxurrada de gente correndo atrás de certificados, sem muito interesse no conhecimento (quanto mais na prática deste).
Mais ainda, a experiência universal dos educadores genuínos prova que o sujeito ativo do processo educacional é o estudante, não o professor, o diretor da escola ou toda a burocracia estatal reunida. Ninguém pode “dar” educação a ninguém. Educação é uma conquista pessoal, e só se obtém quando o impulso para ela é sincero, vem do fundo da alma e não de uma obrigação imposta de fora. Ninguém se educa contra a sua própria vontade, no mínimo porque estudar requer concentração, e pressão de fora é o contrário da concentração. O máximo que um estudante pode receber de fora são os meios e a oportunidade de educar-se. Mas isso não servirá para nada se ele não estiver motivado a buscar conhecimento. Gritar no ouvido dele que a educação é um direito seu só o impele a cobrar tudo dos outros — do Estado, da sociedade — e nada de si mesmo.
Se há uma coisa óbvia na cultura brasileira, é o desprezo pelo conhecimento e a concomitante veneração pelos títulos e diplomas que dão acesso aos bons empregos. Isso é uma constante que vem do tempo do Império e já foi abundantemente documentada na nossa literatura. Nessas condições, campanhas publicitárias que enfatizem a educação como um direito a ser cobrado e não como uma obrigação a ser cumprida pelo próprio destinatário da campanha têm um efeito corruptor quase tão grave quanto o do tráfico de drogas. Elas incitam as pessoas a esperar que o governo lhes dê a ferramenta mágica para subir na vida sem que isto implique, da parte delas, nenhum amor aos estudos, e sim apenas o desejo do diploma.
No artigo, Olavo está detonando com o chavão “educação é um direito de todos” no seu artigo Educação ao contrário.
Mas eu peguei o barco e aproveitei a primeira frase de seu segundo parágrafo, destacada acima em vermelho.
CONHECIMENTO, POMBAS!
Estude, brigue, debate, peleie, escute a opinião dos outros, analise, até se certifique!
Mas vá atrás das coisas pelo conhecimento, o qual vai lhe trazer vantagens e não simplesmente mais uma medalha no peito.
Você também pode ler mais no blog de ITIL da Rhino, especificamente o artigo Mutley, faça alguma coisa!! — Piloto – Episódio I de III que trata da mesma idéia.
Um grande abraço a todos,
El Cohen
El Cohen,
Concordo.
Sou avesso as praticas pagãs da doutrina da Certificiologia… uma religiao repleta de volupia e luxuria, apegados ao atalho e amores inconsequentes….
Dias desses vamos ver criancas de 15 anos, mestres em Cobit/ItIL/PMI e quantas outras siglas pudermos imaginar.
As boas certificacoes nao foram lancadas, do tipo:
– Otimizador de recursos master
– Analista focado no negocio
– Investigador de causa rais senior
– …
Abs.