Havia um tempo que ir em estádio de futebol era uma possibilidade de colocar os “podres” para fora.
Todos aqueles ranços acumulados da semana, do mês, da mulher, do chefe, do pai, do vizinho etc. eram despejados num animalesco comportamento dentro da arena.
Tal qual Roma, íamos pras arquibancadas rugir.
O juiz era um FDP, o fulano-de-tal um perna-de-pau (virei poeta, estou rimando!), os saquinhos de xixi voavam pra baixo, uma verdadeira selvageria que aflorava de cada um.
E depois, em casa, podíamos ainda assistir aos gols que perdemos por ficar nessa batalha.
Bom, sábado passado fui ao jogo do Corinthians com meu sobrinho e cunhado. Já avisara que o time ia perder, pois vocês sabem quem havia ficado no meu hotel de 6a para sábado?
O Bahia, adversário do time da Fiel.
E lá fui eu pra campo. Um flanelinha cobrou de meu cunha R$ 10 pra deixar o carro por ali, estacionado na rua. Gentileza dele cobrar-nos tão barato.
A entrada no estádio Pacaembu parecia normal. Aquele empurra-empurra tradicional, gente furando fila, gritos de “- Gerson” e tal. A multidão excitada.
Bispem meu ingresso, pra mostrar que fui realmente prestigiar o time paulistano:
Bem, o time do Corinthians realmente perdeu. É muito ruim. Mesmo.
Mas minha decepção foi a quantidade IMENSA de crianças dentro do estádio. Tinha gente carregando filhote de seis meses (um absurdo caso dispare um corre-corre dos tradicionais). A menina de cinco anos ao lado do meu sobrinho apontava pra ele toda vez que o mesmo gritava um nome feio, constrangendo-o e deixando condicionado.
Ora pois, futebol é pra ser circo. É pra vibrar, gritar, ofender etc. e depois ir pra casa calminho, numa boa, com as ansiedades esvaziadas e pronto pra uma nova semana.
Mas as coisas estão mudando, hahahaha…
Estamos ficando civilizados. Essa o Millôr não vai acreditar.
El Co