Volta e meia recebo alguns trabalhos de conclusão de curso (TCC) para ler. Fico feliz que nossa comunidade de profissionais esteja gerando conteúdo para Help Desk e Service Desk (aquela minha velha ladainha).
Uma semelhança que permeia a maioria dos textos se destaca de maneira vivaz:
A maioria dos ambientes de suporte de pequeno a médio porte aderiu a ferramentas de mensagens instantâneas como o MSN (Messenger), Skype, chat on-line e outros produtos.
Acredito que são vários os motivos que conduzem a adotar tal estratégia de atendimento:
- É muito fácil prestar suporte (dialogar com o usuário)
- É possível atender vários usuários ao mesmo tempo
- É econômico e barato para ambos os lados
- Permite salvar toda a conversação para documentar o atendimento
Mas sempre as críticas recaem num ponto vital da administração de um Help Desk ou Service Desk: os atendimentos não ficam registrados. E isso, sob a visão das melhores práticas (leia-se ITIL) e de qualquer tipo de gerenciamento, é impensável.
Mais um porém: o técnico pode se “embananar” ao atender vários usuários ao mesmo tempo – abrir várias janelas de atendimento de maneira simultânea, mas pode perder a concentração, esquecer o assunto, etc.
Localizei um artigo feito pela Hetel Semer na seção de “Artigos de Especialistas” do HDO sob o título “Help Desk falado ou escrito?”
Também vi que sumiram quase todas minhas colaborações na lista de artigos. 🙁 Sniff… É como dizem minhas filhas: vamos lá, que a fila continua…
Bem, a Hetel comenta que talvez o MSN não seja muito eficiente.
Eu sou um pouco mais flexível do que ela, apesar de concordar com vários aspectos do texto. Vejo dois ângulos nessa questão:
- É difícil lutar contra uma tendência. O MSN está aí. Especialmente em pequenos e médios centros de suporte, ele simplesmente está! É uma questão de aprender a conviver com ele, tirar o máximo proveito e se adequar. Por que é fácil de conversar, enviar arquivos como um manual de impressora, etc.
- O objetivo-fim do Help Desk / Service Desk não é REGISTRAR INCIDENTES. É atender ao negócio, diminuindo o tempo de espera por não-conformidades (qualquer zebra nos serviços, dúvidas de usuários, etc). E a agilidade oferecida pelo MSN é muito grande neste aspecto.
Você talvez me questione sobre como administrar tais situações.
Eu não sei. Mas de uma coisa tenho clareza:
“Geralmente o novo, o diferente assusta, causa estranheza.”
Acho que cada ambiente deve encontrar sua própria solução. As equipes são diferentes. Os gestores também.
Mas consigo ser criativo e imaginar situações:
- Alguém pode salvar a conversação com o usuário num arquivo TXT. Este é processado por um programa que adiciona o conteúdo no sistema de gerenciamento de incidentes. Extrai o horário inicial e final e abre um registro.
- Para acessar a base de conhecimento posso usar um monitor de vídeo que exibe a tela do MSN e da base ao mesmo tempo. Pesquiso, encontro a solucão. Copio-e-colo no MSN. Anoto um check-box no sistema da base caso o usuário confirme que era isso mesmo. E eu não duvido que, em breve, algum applet seja escrito para, invés da barra de pesquisa de texto ser feito na internet, seja sobre alguma área específica da intranet ou internet.
- E mais: posso conversar por áudio e imagem com alguém via MSN. Telefonia, yes. Via IP e baratíssima.
Não preciso dedicar todos os meus técnicos de primeiro nível para o MSN.
Várias empresas adotam ilhas dentro do próprio primeiro nível onde o técnico recebe a ligação. Checa a existência da solução dentro da base de conhecimento. Se não existe, repassa direto – sem investigar ou diagnosticar – para outra célula dentro do próprio primeiro nível.
Por que não uma célula de atendimento com o MSN?
Também acredito muito na evolução e integração de softwares. Em breve – se é que já não existem – surgirão applets para integrar o MSN (ou Skype, chats, etc) com produtos de registro de incidentes. É um tempito só pra isso.
Como diria o poeta alemão Novalis:
“Só é possível transformar-se na medida em que já se é.”
Bahhhhhhhhh… Profunda esta para uma segunda-feira, hein? Hein?
Abraços dos pampas tórridos,
El Cohen
Sr. Roberto, este é um tema que, aos poucos, tem deixado de ser polêmico junto a empresas inteligentes.
Afinal o objetivo-fim de toda empresa é ganhar dinheiro, óbvio. E se algo pode ser utilizado gerando economia de recursos, diminuição de prazos, e aumento da satisfação do cliente, por quê não utilizá-lo.
O argumento principal dos locais contrários ao uso de softwares de batepapo, como o MSN (mais popular em batepapo por texto) e o Skype (mais popular e de melhor qualidade quando o assunto é Voip), é que os funcionários podem utilizá-los para ficar de bate-papo com amigos externos enquanto estão atendendo clientes.
Uma sugestão simples é o uso de uma conta no MSN do setor, e não do funcionário (ou seja: ao invés de fulano@empresa.com.br no msn, utilizar setor@empresa.com.br).
Belo texto!!!