Fala sério!!
Esse sujeito começou pobre, roubou pra caramba, usou uma empreiteira pra pagar as contas (a troco de nada?) e não é cassado? Nos últimos oito anos esse Brasil virou uma vergonha mesmo.
Recorda-me o filho de um presidente que era biólogo e ganhava R$ 600 por mês e… E menos de um ano virou DONO de uma empresa de informática com milhões no bolso.
Você é formado em informática? í? dono de uma empresa assim?
Reclame. Manifeste.
Talvez a gente precisasse virar argentinos que partem pro pau mesmo!
🙁
El Cohen
Josias de Souza
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/#2007_09-12_20_11_08-10045644-25
Senado prova que instituições também se suicidam
O nome da crise não é mais Renan Calheiros. O caos agora se chama Senado da República. Ao absolver um presidente indefensável, os senadores comprovaram a existência de um par de axiomas indubitáveis: 1) só há duas formas de fazer polÃtica, as ruins e as muito piores; 2) a exemplo dos indivÃduos, também as instituições pretensamente republicanas podem cometer suicÃdio.
Dias antes da votação secreta, o lÃder tucano Arthur VirgÃlio dissera que, no escurinho do plenário, longe dos holofotes e das câmeras da TV Senado, a sessão sigilosa em que Renan Calheiros seria julgado se transformaria numa espécie de “terapia de grupo”.
De fato, o Senado converteu-se nesta quarta-feira num imenso centro terapêutico. Deveria tratar a demência de seu presidente. Mas, ao dar alta a Renan, 40 senadores deitaram, eles próprios, no divã. Pior: convidaram toda a sociedade a compartilhar de sua esquizofrenia, num sacrifÃcio coletivo das evidências.
O Brasil foi intimado a fingir-se de louco. O Senado pede ao paÃs que esqueça as notas frias, os bois voadores, os frigorÃficos de fancaria, o lucro agropecuário fictÃcio, os pagamentos feitos com dinheiro vindo sabe-se lá de onde, o empréstimo não declarado à Receita, a rádio e o jornal adquiridos em moeda sonante e por meio de laranjas… Nada disso existiu, eis o que informa o Senado. Tudo não passou de uma alucinação coletiva.
Restou demonstrado que os polÃticos brasileiros não se sentem pessoas públicas. Eles pedem à nação que pare de atrapalhar suas vidas privadas. Recomendam ao eleitor que aceite, compulsoriamente, a tese de que o presidente do Senado é um homem bom. Aconselham aos jornalistas que deixem de fazer perguntas incômodas “O que o senador comeu hoje? Ou, por outra: Quem ele comeu ontem?
O paÃs deve aceitar, babando na camisa, a existência de um patrimonialismo docemente arcaico, alegremente eterno. Ficou estabelecido que, no universo psicanalÃtico do Senado, é o privado que rege o público. E os senadores não devem nada a ninguém. Muito menos explicações.
Diante de um Renan que bate na barriga e diz “BrasÃlia é a minha Murici”, não resta ao cidadão em dia com o fisco senão ouvir, respirar fundo, e seguir em frente, fingindo uma patológica normalidade. Seja maluco, caro leitor. E não encha mais o saco.
Ao optar pelo impasse, ao dar sobrevida à crise, o Senado virou as costas para a sensatez, fez uma opção pela delinqüência, deu as mãos à desmoralização. Há muito não se via um ataque tão frontal à democracia. A polÃtica vai se consolidando como um parafuso espanado. Roda a esmo, incapaz de dar solução à s suas próprias crises. Que não reclamem depois das loucas divagações berzoÃnicas, do desvario de um Brasil sem Senado. Os senadores suicidaram o Senado.
Folha de São Paulo – 13/9/2007
CARLOS HEITOR CONY
Vitória envergonhada
RIO DE JANEIRO – Os pessimistas, como eu, acreditando que de hora em hora Deus piora, não ficaram surpreendidos com o resultado da votação de ontem que absolveu o presidente do Senado do crime de uma corrupção mais do que provada -e comprovada inclusive pela Comissão de �?tica do próprio Senado.
Se houvesse alguma lógica -e alguma vergonha- na vida pública nacional como um todo (sem contar as exceções de praxe), a citada Comissão de Ética deveria se dissolver pela inutilidade de sua função. E o próprio Senado deveria rever a sua utilidade institucional, tornando-se, como se tornou, um anexo do Poder Executivo e um acréscimo dispensável do Legislativo.
Fiel ao meu pessimismo, acredito que os outros processos que ficaram dependendo da aprovação secreta do Senado terão destino análogo ou idêntico, absolvendo o seu presidente das irregularidades morais e policiais que pesam contra ele. O episódio de ontem é a manifestação da truculência de um governo que não tem nenhum escrúpulo em manter o seu dispositivo de força.
Mal comparando, com a força militar do regime que acabou em 1985.
O diferencial de uma força para outra é o grau de hipocrisia, que era bem menor no tempo dos militares, que geralmente assumiam o “que” e o “como” faziam. No governo petista e de seus aliados circunstanciais, o discurso ostensivo é pela moralidade, com a qual combatiam governos anteriores. Por baixo do pano e por cima das conveniências, predomina a necessidade de manter um grupo no poder por 20 ou mais anos. Para isso, é necessário ter um Senado -e também uma Câmara- desmoralizado. A tática empregada no mensalão para comprar apoios revelou-se escandalosa demais. A vergonha pode parecer mais discreta.
Cohen:
Como já disse o profeta, a saÃda do Brasil é Cumbica e Galeão. Já estou juntando dinheiro para comprar uma casa na Rambla República Argentina.
Abraço,
Cássio